Com Itasat
O governador Romeu Zema, candidato à reeleição ao governo do estado, e Alexandre Kalil, pré-candidato ao cargo pela primeira vez, protagonizaram recentemente um clima hostil, o que pode indicar a polarização na disputa pelo Estado. Zema falou sobre a vida pessoal do adversário Alexandre Kalil que, no mesmo dia, respondeu. Os dois participavam do mesmo evento.
"Ele recebeu uma empresa grande em Dubai e faliu. Eu recebi uma empresa pequena e multipliquei. Ele sempre viveu na sombra do pai dele. Depois, na sombra do Atlético que também melhorou depois da saída dele e eu desafio ele a fazer um teste de QI", disparou Zema.
"Limpa a boca pra falar do meu pai. Eu não vivi a sombra dele não. Quando fui presidente do Atlético tinham dezessete anos que meu pai estava morto. Vamos falar de estrago. Vamos falar de hospital. Se quiser levar para a vida privada eu levo. Agora, acusação que ele sofre que eu não falo eu tenho vergonha de falar pra você", rebateu Kalil envolvido em outra polêmica no último sábado (4).
O pré-candidato se exaltou em uma entrevista à TV Capelinha no Vale do Jequitinhonha e ficou irritado quando foi questionado sobre dívidas trabalhistas milionárias que teria acumulado. A pergunta foi feita com base em uma reportagem da revista Veja da última semana. Na ocasião, Kalil também alfinetou o adversário.
"Eu devo mesmo. Eu fui um empresário, eu tenho doze empresas, rapaz. Esse país está quebrado. Eu não tenho vergonha de dever não. É mais fácil eu te jogar pela janela, ô moleque", respondeu nervoso o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Em nota, a assessoria do pré-candidato a governo do estado, Alexandre Kalil, disse que ele não vai comentar sobre a entrevista.
Estes acontecimentos podem ser explicados de que forma a eleição em Minas Gerais está se estruturando e como o eleitor brasileiro reage a estas atitudes, conforme analista o cientista político e professor de relações internacionais do Ibmec, Mario Schettino, em entrevista ao repórter Edson Costa.
"Pra gente ter uma eleição polarizada entre Zema e Kalil em que necessariamente eles tentam consolidar suas posições. O Zema busca uma eleição no primeiro turno e pra isso precisa agregar um pouco mais de voto e talvez roubar alguns votos e o Kalil tenta levar essa disputa pro segundo turno, assim ampliando sua possibilidade de dialogar com o eleitor do interior, se apresentar pro eleitor do interior uma vez que ele tem uma posição bastante consolidada na região metropolitana de Belo Horizonte. Então nessa polaridade de disputa a gente vai ter esse ataque de lado a lado."