Com Itasat
Ronaldo, desde que adquiriu 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, fala em reconstruir o clube, que possui dívida superior a R$ 1 bi. Se considerando gestor e rechaçando o status de "cartola", o "Fenômeno", que também é dono do Valladolid (ESP), afirma que em seus clubes o trabalho passa por melhorar a condição para os atletas.
"Não sou um cartola, que é um termo adjetivado. Sou um gestor. Eu trabalho para mim, não tenho chefe, não tenho sócio e procuro fazer o que é melhor para os meus clubes (...) No meu negócio, o foco são os jogadores. Entrego as melhores condições para eles poderem desenvolver o trabalho. Quando comprei Valladolid, na Espanha, o clube tinha uma infraestrutura precária. A primeira coisa que fiz foi reformar as instalações dos atletas. É o que vai dar resultado no final", disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
Dívidas
O grande desafio de Ronaldo, além de recolocar o Cruzeiro na Série A do Campeonato Brasileiro, é pagar as dívidas do clube. E o ex-atacante ressaltou o que sua diretoria tem feito para minimizar o estrondoso rombo celeste.
"A gente está a ponto de chegar num acordo de recuperação judicial. Temos todos os planos desenhados. Espero nos próximos dois meses chegar nesse acordo e aí sim ter tranquilidade para trabalhar e cumprir os prazos. A gente vai dar um jeito, a gente vai recuperar. A situação financeira continua muito crítica. Eu fiz aportes importantes para pagar as dívidas imediatas que são muitas", ressaltou.
Sobre os grandes desafios do clube, Ronaldo analisou o trabalho até aqui. Ele chegou ao Cruzeiro em dezembro do ano passado, quando foi anunciada a venda da SAF estrelada.
"Nós temos desafios gigantes pela frente. É muito bom saber que na área esportiva a gente está indo muito bem. A gente tem que garantir o acesso à primeira divisão e a partir daí começar a diminuir a dívida", comentou.
Sobre a SAF, Ronaldo disse que é a realidade para o futebol brasileiro. E que os clubes que não se readequarem terão problemas.
"Acredito que clube que não virar empresa vai ficar para trás. Eles vão ter que ter uma gestão profissional. Tem que dar lucro, tem que cortar gastos, tem que ter um controle muito maior tem que ter muitos processos. Esse é o futuro", explicou.