Com Itasat
Fora da PEC que prevê gastos superiores a R$ 41 bilhões a caminhoneiros, taxistas e outras categorias, motoristas e entregadores por meio de aplicativos de Belo Horizonte consideram uma ‘crueldade’ não serem inseridos na proposta, que deve ser aprovada nesta semana pelos deputados. No caso de taxistas, o benefício mensal será de R$ 200 até dezembro deste ano. Os caminhoneiros vão receber R$ 1 mil
O vice-presidente do sindicato dos condutores de veículos que usam aplicativos em Minas Gerais, Washington Lamon, diz que a categoria é invisível.
“Quando realmente o Brasil estava em estado de emergência quem fez o país não parar, como outras categorias, fomos nós. Os motoristas por aplicativo que fizeram a mobilidade urbana, levando as pessoas que não podiam parar, como o pessoal da saúde, segurança pública e tantas outras profissões. Os motofretistas é que estavam entregando comida e compras. Quando se trata de benefício, nós somos invisíveis aos olhos do serviço público e até mesmo dos aplicativos, que nos exploram dando a gente um valor tão baixo pelo serviço prestado”, disse.
A reportagem da Itatiaia foi às ruas da capital ouvir os motoristas de aplicativo. A reclamação é geral.
Alisson Rafael está há três ano na profissão e diz que qualquer valor ajudaria. “O (motorista de) aplicativo que roda durante o dia e a noite gasta bastante com combustível e com manutenção. Qualquer auxílio seria muito importante para incentivar o pessoal a continuar no serviço, ajudando a comunidade”, disse.
Já Carlos Alberto Souza Silva lembra que o preço do combustível está inviabilizando a profissão. ‘Acho que é muita crueldade com os profissionais de aplicativos (terem sido excluídos). Estamos precisando, o combustível está caro. Como é que eu vou fazer uma corrida? Vou pagar pra trabalhar”, concluiu.
Esperança
Os trabalhadores em aplicativos, motoristas e entregadores podem ter esperança. O senador Eduardo Braga (MDB) disse que haverá a proposição de auxílio para a categoria. Braga apontou que os motoristas não foram contemplados por não haver um cadastro confiável que possa ser pago com a urgência dos auxílios aprovados. No entanto, para inclusão de novas categorias, a PEC teria que voltar Senado.
Aprovada no Senado, a proposta estabelece R$ 41,25 bilhões até o fim do ano para a ampliação do Auxílio Brasil e do vale-gás de cozinha; criação de auxílios aos caminhoneiros e taxistas; para financiar a gratuidade de transporte coletivo para idosos; para compensar os estados que concederem créditos tributários para o etanol; e para reforçar o programa Alimenta Brasil.