Com Itasat
Um homem de 22 anos foi detido nesta segunda-feira (4), por suspeita de autoria do ataque a tiros durante uma parada pelo Dia da Independência dos Estados Unidos em Highland Park, cidade próxima a Chicago, que deixou pelo menos 6 mortos e 24 feridos, noticiaram veículos americanos.
O suspeito identificado como Robert E Crimo III "foi detido sem incidentes" após ter sido visto dirigindo em uma autoestrada nos arredores de Chicago, informou a polícia ao jornal Chicago Sun-Times.
Mais cedo, antes da captura de Robert, Christopher Covelli, porta-voz da Força-Tarefa de Crimes Graves do condado de Lake, havia comentado rapidamente sobre o perfil do homem.
"Tudo indica que (o suspeito) era discreto, ele era muito difícil de ver", disse Covelli.
Várias agências policiais, incluindo o FBI, a polícia estatal e a polícia local, colaboram na resposta ao ataque.
"Em um dia em que nos reunimos para celebrar a comunidade e a liberdade, estamos de luto pela trágica perda de vidas e lutando contra o terror", lamentou a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering.
Autoridades informaram que o ataque a tiros começou às 10h14 do horário local (12h14 no horário de Brasília).
"Pai, algo está errado"
Ao longo da rua do desfile, cadeiras abandonadas e outros pertences podiam ser vistos espalhados após a fuga desesperada dos espectadores.
"Todo mundo pensou que eram fogos de artifício", disse uma participante do desfile, que se identificou como Zoe, à emissora CNN.
"Meu pai pensou que era parte do show, e eu falei: 'Pai, não... algo está errado.' E o agarrei, olhei pra ele novamente e foi um mar de pânico, as pessoas simplesmente caíam".
Enquanto corriam, Zoe disse que, alguns metros atrás, "vi uma menina que foi baleada e morta... eu a vi morrer".
Ela acrescentou que se esconderam atrás de uma lixeira antes que a polícia os levasse para um porão de uma loja com outras pessoas, várias das quais ficaram feridas.
Quando finalmente puderam deixar o lugar de refúgio, a rua do desfile parecia "um campo de batalha", acrescentou Zoe.
Promessa presidencial
O presidente Joe Biden afirmou que tanto ele quanto a primeira-dama, Jill, estavam "chocados com a violência armada sem sentido que mais uma vez trouxe dor a uma comunidade americana neste Dia da Independência".
"Não vou deixar de lutar contra a epidemia de violência armada", prometeu, lembrando que no fim de junho promulgou a primeira legislação importante em décadas sobre o controle de armas, embora tenha admitido que "resta muito a fazer".
O ataque soma-se à onda de violência armada que assola os Estados Unidos, onde aproximadamente 40.000 pessoas morem anualmente vítimas de armas de fogo, incluindo suicídios, segundo o site Gun Violence Archive.
O debate sobre o controle de armas, um tema que divide os Estados Unidos, ganhou força após dois massacres em maio, nos quais 10 afro-americanos foram baleados no norte do estado de Nova York e 21 pessoas, 19 delas crianças, foram assassinadas em uma escola no Texas.
Após as tragédias, o Congresso conseguiu aprovar a primeira legislação significativa em décadas para tentar conter o problema das armas.
Um dia antes, os defensores do controle mais rígido das armas de fogo sofreram uma derrota com a decisão da Suprema Corte de reafirmar o direito do porte de armas em público.