Com Itasat
As equipes de resgate, com o apoio de drones e helicópteros, prosseguiam nesta terça-feira (5), com as buscas por pessoas desaparecidas desde domingo após o colapso parcial da geleira Marmolada, a maior dos Alpes italianos, embora as possibilidades de encontrar sobreviventes sejam mínimas.
A tragédia deixou pelo menos sete mortos, oito feridos e 12 pessoas consideradas desaparecidas por suas famílias - mas a presença delas na geleira não foi confirmada.
Uma capela foi instalada dentro do complexo esportivo de Canazei, a cidade mais próxima, onde fica a sede da unidade de crise que coordena as operações.
Entre os feridos mais graves estão dois alemães, um homem de 67 anos e uma mulher de 58, internados no CTI.
As equipes de emergência utilizam drones com câmeras térmicas, com a esperança de localizar sobreviventes sob a massa de gelo e rochas que se desprenderam, disse à AFP o prefeito de Canazei, Giovanni Bernard.
As possibilidades de encontrar sobreviventes "são praticamente nulas", advertiu na segunda-feira o comandante dos serviços de resgate em montanhas da região, Giorgio Gajer.
Nesta terça-feira, apenas sobrevoos de drones e helicópteros foram organizados sobre a área do desastre, porque as autoridades temem o colapso total da geleira, o que impede o acesso a pé dos socorristas.
"O perigo é que outros blocos de gelo se soltem. Não é possível acessar toda a área", explicou a unidade de crise de Canazei.
"Caso algum material seja identificado, nós faremos levantamentos fotográficos e eventualmente uma rápida retirada", acrescentou.
Os especialistas consideram que será difícil encontrar pessoas com vida, assim como recuperar os corpos devido ao temor de desmoronamento de outra parte da geleira, com tamanho equivalente a um prédio de 15 metros.
A onda de calor que afeta a região aumenta o temor de colapso de outras partes da geleira.
Uma equipe de técnicos especializados vai instalar perto de um refúgio "um radar capaz de detectar movimentos rápidos, como avalanches, e mais lentos, como deslizamentos de terra", explicou Nicola Casagli, professor de Geologia Aplicada da Universidade de Florença, que está no local.
O desastre, ocorrido no dia seguinte a uma temperatura recorde de 10°C no topo da geleira, em meio a uma onda de calor na península, está "sem dúvida" ligada à "degradação do meio ambiente e do clima", reconheceu o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que expressou sua "dor" e "apoio" às famílias das vítimas.
Apenas três dos sete alpinistas que morreram foram identificados, mas as autoridades italianas não divulgaram as nacionalidades.
O ministério das Relações Exteriores da República Tcheca informou que um cidadão do país está entre as vítimas fatais.
A geleira desabou perto da localidade de Punta Roca, o caminho habitual para chegar ao topo. A Marmolada, também chamada de "rainha das Dolomitas", é a maior geleira desta cadeia montanhosa do norte da Itália.