Com Itasat
A diretoria do Grêmio se embaralhou toda e depois de liberar o volante Fernando Henrique para acertar empréstimo com o Cruzeiro, mudou a rota dos planos. Agora, o presidente Romildo Bolzan garante que não haverá negócio entre os gaúchos e mineiros.
“Deu para trás por que o jogador viajou sem a nossa autorização, isso não acontece de uma maneira habitual. O jogador viajou sem a autorização do Grêmio e eu como presidente resolvi desfazer o negócio”, disse o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan.
Cruzeiro e Grêmio acertaram na última semana um empréstimo de Fernando Henrique até o fim de 2023. A reportagem confirmou no último sábado com Denis Abrahão, vice-presidente de futebol gremista, que a negociação estava praticamente sacramentara. E que o jovem volante estava liberado para vir a Belo Horizonte. O que o presidente do Tricolor disse o contrário.
“Teve uma repercussão muito ruim da saída do jogador aqui, do Grêmio, e eu resolvi simplesmente não concretizar o negócio. Também houve a situação de reforçar o adversário nesse momento, e isso fica complicado. Mas essa não foi a questão principal, que foi a de viajar sem autorização”, reiterou.
O Grêmio, por meio de sua presidente, afirma que o negócio está encerrado. “O papo está encerrado, assunto está encerrado pelo Grêmio”, garantiu.
Outro lado
Apesar de o presidente gremista afirmar que Fernando Henrique viajou sem autorização, o empresário contesta a versão.
Em entrevista à Itatiaia, Marcelo Pacheco, responsável por agenciar a carreira de Fernando Henrique, mostrou um áudio, atribuído pelo próprio agente ao gestor do Grêmio Diego Cerri. E nesse conteúdo há a confirmação de uma negociação entre as partes.
“Só um pouquinho! ‘Bom Dia Marcelo. Tentei te ligar, porque vamos embarcar às 11 horas. Mas nada que precisamos falar por telefone e te mando essa mensagem para dizer que está alinhado com o Cruzeiro, e vocês combinam data que o Fernando vai viajar’, mostrou o áudio.
“Então esse áudio recebi do Diego Cerri e depois de todo o movimento para viagem do jogador ter sido feita. Me ligaram e disseram que não era pra viajar. Mas a situação estava tomada e não foi apresentada nenhuma justificativa razoável para retroceder o negócio que estava em andamento”, criticou Marcelo.
A reportagem tentou contato com Diego Cerri, citado pelo empresário de Fernando Henrique, mas não conseguiu falar com o dirigente.
Fernando Henrique em BH
O jogador chegou a Belo Horizonte no último domingo. Desde então, aguardava a liberação da documentação para finalizar o empréstimo com a Raposa.
“Isso aí que a imprensa tem falado e comprovado pela falta de envio da documentação. Nós fomos autorizados no sábado a providenciar a viagem e até se despediu dos companheiros de clube no sábado pela manhã. Fizemos o comunicado da entrega do imóvel que mora em Porto Alegre, e com as passagens embarcamos para Belo Horizonte. E aguardamos a situação. No entanto, se passaram quatro dias e não foi enviado a negociação por causa dessa mudança do presidente de forma unilateral”, disse.
Pacheco ainda pede uma sensibilidade do presidente do Grêmio, até por que a decisão do jogador é permanecer em Belo Horizonte. “A cabeça do Fernando está voltada para trabalhar no Cruzeiro, onde fizemos acordo para que isso acontecesse”, falou Marcelo Pacheco.
“Apenas hoje que me atenderam. (Grêmio). Ficou estabelecido que o Grêmio retrocedeu o negócio e fica estabelecido que por ética profissional vamos manter o nosso posicionamento dentro do acordo que tínhamos feito (com o Cruzeiro). Aguardamos uma sensibilidade do presidente do Grêmio, que teve esse posicionamento contrário para compreender que estamos lidando com um profissional, mas que existe um ser humano e um contexto familiar que envolve o atleta e a carreira dele. É um ser humano”, questionou.
A situação ganha um detalhe importante, até pelo fato de Fernando Henrique ter devolvido o imóvel onde morava em Porto Alegre.
“Exatamente. Pra você ver os prejuízos de diversas ordens, por conta dessa mudança de posicionamento”, se referiu à entrega do imóvel.
“Esse retrocesso não tem nenhuma base que justifique. Não temos razão para voltar o que foi combinado. E voltar atrás com nossa palavra que tinha sido dada ao Cruzeiro”, finalizou.