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Implante de cérebro lê pensamentos de pacientes

Dispositivo criado pela startup americana Synchron já está em teste em voluntários

20/07/2022 09h34
Por: Redação

Com Itasat

Com 16 eletrodos, o stentrode é um dispositivo de menos de 4 cm projetado pela startup americana Synchron para monitorar a atividade cerebral e registrar o disparo de neurônios enquanto um indivíduo pensa. Seu uso foi autorizado para testes pela Administração de Alimentos e Medicamentos (Food and Drug Administration – FDA) — órgão americano equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Capaz de decifrar os sinais emitidos pelos neurônios, amplificá-los e enviá-los via bluetooth para um computador ou smartphone, o stentrode foi implantado, no início deste mês, em um vaso sanguíneo do cérebro de um paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA) de um hospital de Nova York, nos EUA. O doente já não fala nem se move.

A ideia é que o stentrode traduza os pensamentos do voluntário e permita que ele recupere capacidades perdidas com a doença. Tanto os médicos quanto os pesquisadores da Synchron esperam que o procedimento ajude a reverter o quadro de alguma maneira — e permita que ele se comunique por e-mail e mensagens de texto, por exemplo, apenas com o pensamento.

Antes de atender o paciente nos EUA, a empresa já havia aplicado o stentrode em quatro voluntários na Austrália em 2021. Eles foram capazes até de fazer compras online apenas pensando após a implantação do dispositivo. De certa forma, o dispositivo é capaz de ler a mente dos usuários.

A Synchron é concorrente direta da Neuralink, a sociedade comercial neurotecnológica de ELon Musk. Os implantes de ambas têm aplicações imediatas semelhantes, já que são projetados para traduzir pensamentos humanos em comandos de computador e, assim, ajudar pacientes com doenças neurológicas, como a ELA.

Enquanto Musk tem planos mais ambiciosos para a Neuralink — como dar poderes telepáticos aos usuários e torná-los simbióticos com inteligência artificial —, a Synchron recebeu investimentos de Max Hodak, ex-presidente da companhia cofundada por Musk em parceria com outros oito empresários. A intenção do magnata era ter o chip que permite que cérebros humanos interajam com máquinas em uso em 2022, mas a Synchron saiu na frente. A corrida está apenas começando.