Com Itasat
A embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) disse que o caso da Margarida Bonetti, conhecida como a 'mulher da casa abandonada', está resolvido e que não vai se pronunciar. Essa é a informação divulgada nesta segunda-feira (8), pelo Fantástico, da TV Globo.
A mulher ganhou notoriedade com a áudio série produzida pelo jornalista Chico Felitti, da Folha de São Paulo. O trabalho do repórter mostrou a denúncia de que Margarida e o marido teriam deixado a empregada doméstica da casa em que moravam, nos Estados Unidos, em condições análogas à escravidão por anos.
O julgamento aconteceu no fim dos anos 1990, e apenas Renê Bonetti foi condenado, uma vez que a então esposa fugiu para o Brasil.
Desde àquela época, Margarida não foi mais encontrada pela Justiça, até começar o trabalho investigativo de Felitti. Desde o retorno ao país, ela mora em uma mansão no bairro de Higienópolis, um dos mais ricos de São Paulo e do Brasil, mas em péssimas condições de conservação.
No inquérito que o programa teve acesso, um representante da embaixada dos Estados Unidos disse à polícia de São Paulo, em abril de 2000, que o governo americano iria "pedir formalmente a extradição de Margarida" e "facilitaria o intercâmbio de todas as informações e evidências relevantes" contra ela.
Em agosto de 2003, de acordo com a reportagem, o juiz do caso solicitou "intervenção do Ministério da Justiça junto ao procurador-geral dos Estados Unidos", dizendo que "não obteve respostas das autoridades americanas".
Seis meses depois, um funcionário do ministério afirmou que "o Departamento de Justiça norte-americano ainda não tinha transmitido a informação requerida sobre Margarida Bonetti".
A polícia tentou localizar Margarida, mas disse que não conseguiu.
"Tendo em vista as inúmeras tentativas de se localizar Margarida Bonetti, que fugiu para o Brasil pra não responder ao processo em trâmite nos Estados Unidos, proceda-se o seu indiciamento indireto", informou, em janeiro de 2005, o delegado tomou uma decisão.
O Fantástico procurou a embaixada dos Estados Unidos. A resposta: o caso está resolvido e não vai se pronunciar.
Operação
Em 20 de julho, Margarida se negou a abrir a mansão em que mora para a entrada de policiais civis. Na tarde desta quarta-feira (20), a entidade cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel, sob suspeita que a moradora seria vítima de abandono de incapaz.
Ela exigiu acesso ao mandado judicial e queria orientação de um advogado, mas por conta da demora, os agentes tentaram arrombar a porta, sem sucesso.
Dentro do imóvel, foram relatadas péssimas condições de conservação e um ambiente insalubre. Havia muito lixo e acúmulo de sujeira pela casa, sem contar os animais, que estariam desnutridos, e foram retirados por ativistas.