Com Itasat
O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) compareceu à sabatina do Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira (23). Disputando o cargo pela quarta vez, o pedetista apresentou propostas sobre economia, criticou a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto, e disse que irá transformar programas de transferência de renda em permanentes.
Em uma sabatina mais propositiva que a desta segunda-feira (22), quando Bolsonaro travou embates com o apresentador William Bonner, Ciro também disse que pretende "unir o Brasil", que deve apostar em plebiscitos para que a população se manifeste em temas polêmicos e que seu projeto de governo é igualar o Brasil a Portugal em nível de qualidade de vida em até três décadas.
"Eu proponho mudar o modelo econômico e a governança política. Brasil se redemocratizou em 89. Collor governou e foi cassado, PSDB nunca mais ganhou uma eleição, Lula foi preso, Dilma foi cassada e Bolsonaro está desmoralizado agora. Minha proposta é transformar minha eleição não em um voto pessoal mas em um plebiscito programático para que a gente discuta ideias. Isso diminui a distância do presidente com o povo", afirmou.
Uma das propostas apresentadas por Ciro Gomes no Jornal Nacional é a taxação sobre grandes fortunas. De acordo com Ciro, o imposto iria se juntar aos recursos do Benefício de Prestação Continuidade (BPC), aposentadoria rural, seguro-desemprego e o Auxílio-Brasil.
Para ele, os 58 mil brasileiros com renda superior aos R$ 20 milhões seriam taxados e os recursos financiariam uma melhor qualidade de vida para as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
"São 50 centavos a cada R$ 100 e cada super-rico vai pagar a dignidade de 821 brasileiros mais pobres", disse.
Ciro disse, ainda, que deverá propor ao Congresso Nacional que convoque plebiscito para aprovar propostas - como a da taxação de grandes fortunas - em que não houver consenso no Legislativo. Questionado pelos apresentadores, se essa não seria uma medida populista, o pedetista disse que se espelha mais nos modelos de países europeus e dos Estados Unidos que da América Latina.
"Acho o modelo da Venezuela abominável e é muito clara minha distinção com o populismo que o PT replica. Meu modelo é uma tentativa de libertar o Brasil", afirma.
Críticas a Lula e Bolsonaro
No início da sabatina, Ciro foi questionado pela apresentadora Renata Vasconcellos se havia contradição entre seu discurso de unir o Brasil e os xingamentos que têm dirigido aos adversários. Em resposta ouviu que ele poderia "levar em consideração" a sugestão.
"A corrupção é praticada por pessoas e as pessoas e grupos devem ser responsabilizadas. Estou tentando mostrar ao povo brasileiro que não ajudei a construir isso. Tenho que confrontar os que mandaram no Brasil. Mas vou levar em consideração suas ponderações. Meu sonho é reconciliar o Brasil", afirmou.