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Nas estradas

Entenda sobre os protestos de caminhoneiros em rodovias do Brasil

Movimento é convocado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que estão insatisfeitos com o resultado apontado nas urnas no 2º turno

01/11/2022 08h57Atualizado há 2 anos
Por: Redação

Com O Tempo

Ao longo desta segunda-feira (31), os protestos de caminhoneiros tomaram força em todo o Brasil. O movimento teve início logo após a divulgação do resultado das eleições presidenciais na noite deste domingo (30), quando estradas em todo o Brasil registraram manifestações de transportadores.

Os atos são organizados por motoristas de carga que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não concordam com a derrota indicada no resultado das urnas. Na noite desta segunda-feira (31), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou a contabilizar 236 ocorrências em 20 Estados do Brasil.

Santa Catarina lidera os registros, com mais de 40 trechos em que há restrições de tráfego em função das manifestações. Outros Estados com grande concentração de transportadores são Mato Grosso do Sul e Rondônia. Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária do Brasil, contabiliza mais de 10 interdições, parciais ou totais, até o final da tarde desta segunda-feira.

As principais concentrações são na BR-381 em Betim, onde os caminhoneiros chegaram a bloquear completamente o trânsito, e em Ipatinga, onde a movimentação começou ainda na noite de domingo. Ao final da noite de segunda-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que a PRF e as Polícias Militares estaduais atuem para desobstruir de imediato todas as rodovias ocupadas ilegalmente.

Moraes impõe multa de R$ 100 mil por hora e afastamento do cargo ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, além de autorizar a prisão em flagrante dele em caso de desobediência. Horas depois, já durante a madrugada desta terça-feira (01), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para referendar a decisão do TSE.

Após a decisão, a PRF informou que iniciou operação para desmobilização dos protestos, mesmo com vídeos mostrando, nas redes sociais, manifestações de agentes da corporação se negando a multar caminhoneiros. Conforme a corporação, entre a noite de segunda-feira e manhã de terça-feira, foram 192 manifestações desfeitas.

Versões distintas

O movimento, apesar de estar ganhando força, não é unanimidade na categoria. Diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer classificou os atos como “ação antidemocrática”. "O que estamos vivenciando neste momento no País é uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos, como tem se querido dar o crédito para essa movimentação de não aceitação do resultado das urnas. Isso é antidemocrático. Nós precisamos respeitar o que o povo decidiu. O povo é soberano. E a soberania das urnas determinou que a vitória é do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”, disse.