Coperlidere
RR MÍDIA 3
ATAQUE

'Reajuste da segurança em Minas Gerais é erro institucional', diz João Dória

Governador de São Paulo fez um apelo para que a decisão seja revista, e disse que ela pressiona os demais governadores a concederem reajustes à categoria

02/03/2020 14h59
Por:

A tentativa do governador Romeu Zema (Novo) de reajustar os salários dos servidores da segurança pública foi criticada nesta segunda-feira (2), pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB). O tucano classificou a medida como um erro institucional, disse que ela pressiona os demais governadores do Brasil a conceder reajustes, e fez um apelo público para que a decisão seja revista pelo chefe do Executivo estadual.

“Ao meu ver, é uma decisão que precisa ser revista. Não é boa para Minas. O Estado não tem condição fiscal para isso. Não quero interferir nos temas de Minas, mas a minha percepção é de que ela não é boa, porque é inviável”, disse, em entrevista coletiva, durante participação no Conexão Empresarial, que acontece em Belo Horizonte.

O gestor lembrou dos problemas fiscais enfrentados por Minas e ressaltou que, por mais que o pleito dos agentes de segurança seja justo, não há condições financeiras para atender à reivindicação. O projeto enviado pelo Palácio Tiradentes e aprovado pela Assembleia Legislativa (ALMG) recompõe em 41,7%, até 2022, os vencimentos de policiais civis, militares, agentes socioeducativos. O impacto da medida será de R$ 9 bilhões. Além da recomposição para a segurança pública, a ALMG estendeu o reajuste para todo o funcionalismo público do Estado.

“Não quero classificar como um erro político do governador, mas é um erro institucional, operacional e fiscal. É preciso ter consciência, bom senso e equilíbrio. E esse é o apelo, como alguém que gosta de Minas Gerais, eu aqui tomo a liberdade de fazer à Assembleia e aos mineiros para que tenham zelo e cuidado de não colocar uma situação de crise aguda nas finanças do Estado a curto prazo”.

Pressão

O tucano ressaltou que a decisão de Zema pressiona os demais governadores. “Estabelece o conceito de: se Minas, com dificuldade financeira, pode fazer, e os outros estados, por que não podem fazer? (Não podem) porque não há condição fiscal para isso. Portanto, é preciso que essa decisão seja revista no âmbito da sua legalidade”.