O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), evitou comentar a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre a suposta fraude nas eleições de 2018 e disse nesta terça-feira que a questão já foi respondida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Vamos no que interessa? Temos 52 milhões de brasileiros vivendo com US$ 5 por dia. Vamos tratar do que é sério e urgente para o brasileiro", disse.
Nessa segunda-feira (9), em Miami, nos Estados Unidos, o presidente disse que tinha "provas" de que teria vencido a eleição no primeiro turno. Segundo ele, houve "fraude" no pleito.
Nesta terça-feira, o TSE divulgou uma nota em que rebate as declarações de Bolsonaro e reafirma a "absoluta confiabilidade e segurança" do sistema eletrônico de votação. A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, disse que a Justiça Eleitoral "não compactua com fraudes".
Maia também preferiu não responder a sugestão do presidente Bolsonaro, que disse que as manifestações do próximo domingo (15), podem perder força se o Congresso Nacional desistir de controlar uma fatia expressiva do Orçamento da União.
"O parlamento aguarda o encaminhamento das duas reformas (tributária e administrativa) ainda essa semana porque vai ser uma sinalização forte para a sociedade da importância que as reformas têm", disse ao ser questionado sobre a fala de Bolsonaro.
Sobre a relação entre os Poderes e o momento para a realização de reformas, o parlamentar disse não querer entrar em conflito. "Se nós entrarmos nesse conflito, vamos estar ajudando o governo a jogar o Brasil numa recessão e nós não podemos ser parte disso. É por isso que a gente tem que ter a mesma paciência, o mesmo equilíbrio que o parlamento teve no ano passado, quando todo mundo achou que, em determinado momento, não se votava mais nada aqui, aprovamos uma reforma da previdência histórica", afirmou.
"Nós não podemos jogar lenha nessa fogueira. Lenha nessa fogueira vai colocar mais brasileiros na pobreza, vai tirar mais crianças das escolas e vai gerar mais brasileiros trabalhando com subemprego, sem carteira assinada, sem proteção social. É isso que tem que ser o nosso objetivo", disse.