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Bolsonaro recua e agora diz que não convocou 'ninguém' para os atos pró-governo

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12/03/2020 08h07
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nessa quarta-feira (11), que não convocou "ninguém" para os atos pró-governo marcados para domingo (15). "Eu não convoquei ninguém, pergunta para quem convocou", disse, ao ser questionado se a disseminação do coronavírus poderia atrapalhar a convocação para as manifestações. Também estão na pauta das manifestações críticas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.

No sábado (7), no entanto, o próprio presidente havia convocado a população para participar dos atos. Em vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter, o presidente afirmou que a manifestação é "espontânea" e "pró-Brasil", e não contra o Congresso ou o Judiciário. "Participem e cobrem de todos nós o melhor para todo o Brasil", declarou em evento em Boa Vista, Roraima, antes de viajar para Miami, nos Estados Unidos.O presidente já havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato. O vídeo foi compartilhado no perfil do presidente no Twitter.

Nesta quarta-feira (11), o perfil oficial da Secretaria de Comunicação do governo destacou a fala do presidente sobre os atos previstos para o próximo domingo. "A visita do presidente Jair Bolsonaro aos EUA incluiu um encontro com a comunidade brasileira que vive na Flórida. Em seu discurso, ele destacou a legitimidade das manifestações populares previstas para o dia 15 de março em todo o Brasil", diz a postagem da Secom, fixada no topo da página e acompanhada de uma imagem com a transcrição do discurso do presidente.

Mundo em alerta 

Líderes mundiais anunciaram medidas duras para conter o avanço da pandemia do novo coronovírus.  Inspiração para Bolsonaro, o  presidente Donald Trump anunciou na noite desta quarta-feira a suspensão de todas as viagens da Europa para os Estados Unidos pelos próximos 30 dias, a partir de sexta-feira.

Já na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte adotou novas medidas contra a doença. Entre elas, o fechamento de todo o comércio, exceto farmácias e mercados que vendem alimentos, deve ficar fechado; estabelecimentos que não puderem garantir um metro de distância entre clientes não poderão abrir. Com isso, bares e salões de beleza ficarão fechados. 

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel afirmou nessa quarta-feira (11), que 70% da população do país europeu, cerca de 60 milhões de pessoas, podem se infectar com o novo coronavírus. Por isso, o país investirá para conter a disseminação do vírus.

Já o presidente Jair Bolsonaro disse, no começo desta semana durante viagem nos Estados Unidos, que o “poder destruidor” do coronavírus é superdimensionado. “Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está sendo superdimensionado o poder destruidor desse vírus. Então talvez esteja sendo potencializado até por questões econômicas".