Não se fala em outra coisa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a não ser em como fica a partir de agora a frágil base do governador Romeu Zema (Novo) após ele, inesperadamente, vetar parte do reajuste de 41,7% no salário dos servidores da segurança.
O projeto é de autoria do próprio Governo de Minas, que sinalizou diversas vezes pela sanção da proposta. A decisão acertou os pilares da base governista, que não definiu se abandona ou não o barco.
Integrante da Bancada da Segurança, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT) pede a renúncia de Zema e alega não haver ambiente para que ele consiga aprovar qualquer proposta na Casa. “Eu vejo o fim do governo. O governador tem que apresentar a renúncia. Ele pode até governar sem articulação com o Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, mas não governa sem o Legislativo.”
O parlamentar acredita que mais um secretário pedirá demissão, assim como o de Estado de Governo, Bilac Pinto, que abandonou o cargo nessa quarta-feira (11), após o veto de Zema. “Eu tenho a convicção de que o secretário [de Estado de Planejamento e Gestão] Otto Levy também entrega o cargo”, disse Rodrigues.
Nessa quinta-feira (12), o secretário-geral de Estado, Igor Eto, foi colocado no lugar de Bilac. O vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo) se licenciou do cargo e desistiu da pré-candidatura à prefeitura para assumir a Secretaria-Geral.
Parlamentares governistas marcaram para terça-feira (17), uma reunião para definir se permanecem como base ou se o bloco será desfeito. O líder do governo na ALMG, Gustavo Valadares (PSDB), chegou a falar pelas redes sociais que a decisão de Zema era o início do fim e que seria difícil ficar.
O vice-líder de governo na Assembleia, Guilherme da Cunha (Novo), diz confiar em um reagrupamento da base e que a mudança na Secretaria de Governo ajudará a resolver o problema de diálogo com a ALMG.
“Até a próxima semana todas essas arestas serão aparadas. Teremos um time unido, preparado para seguir com o trabalho para fazer as reformas necessárias para Minas. A própria chegada do secretário Igor Eto é com o intuito de trazer um diálogo mais próximo, ágil e profícuo com a Assembleia”, comentou.