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Coronavírus

Governo de Minas nega que corpos recebidos por funerária sejam de infectados por coronavírus

Desmentido

24/03/2020 09h29
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), negou que as informações contidas em um boletim de ocorrência (B.O) registrado pela Polícia Militar de que dezenas de corpos deram entrada em uma funerária do bairro Nova Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, com a causa da morte relacionada aos sintomas do coronavírus. As vítimas teriam faixa etária entre 49 e 90 anos.

“Uma das bandeiras do meu governo é a transparência. Se alguém está fazendo isso aqui é por conta dele e não nossa. Acho que ninguém teria interesse. O que eu percebo nessa situação é que alguém pegou um dado e vazou como se algo que não está acontecendo ou estivesse acontecendo”, frisou Zema.

De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada na noite de domingo (22), por meio de denúncia anônima, para a funerária. Quando chegaram ao local, os policiais foram recebidos pelo gerente do estabelecimento, que alegou que desde sexta-feira (20), haviam sido recebidos 73 cadáveres, número considerado elevado para a rotina do estabelecimento. Desses, 23 estavam com diagnósticos sintomáticos relacionados à Covid-19, como "insuficiência respiratória aguda, pneumonia crônica ou aspirativa".

A informação foi confirmada pelo gerente do estabelecimento à Itatiaia. No B.O, o homem disse que em 30 anos de profissão não se recordava de receber quantidade de corpos tão grande em um intervalo tão pequeno de tempo. 

Posicionamento da funerária

Em nota, a funerária Grupo Zelo desmentiu o funcionário e declarou que o número de corpos que chegaram ao local aumentou nos últimos dias, mas “nada que possa ser considerado significativo” e que está dentro da normalidade para esta época do ano. Além disso, a empresa negou que tenha recebido corpos infectados por coronavírus porque não houve nenhum comunicado dos hospitais.

“Quando há o caso específico de risco biológico para doença infecto-contagiosa como a Covid-19, a recomendação das autoridades de vigilância sanitária é de não se fazer a tanatopraxia, ou seja, o corpo deve ser levado ao laboratório, onde é colocado na urna. A mesma deve ser lacrada e enviada imediatamente para sepultamento”, explicou a funerária, que continuou: “Nesses casos, o hospital deve comunicar imediatamente a funerária no momento da remoção, o que não ocorreu até o momento presente”.