A população chilena voltou às ruas no dia em que foi conhecido o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violência e violações aos direitos humanos por parte da polícia chilena. O relatório foi divulgado na sexta (13).
“As violações de direitos humanos documentadas incluem o uso excessivo e desnecessário da força que provocou mortes e ferimentos, detenções arbitrárias, tortura e maus tratos, incluindo violência sexual. Temos 345 pessoas com ferimentos nos olhos devidos a balas”, disse a líder da Missão da ONU no Chile, Imma Guerra, em entrevista coletiva.
O chefe da polícia dos carabineiros, Mário Rosas, também admitiu abusos excessivos cometidos pelos agentes. Ele admitiu existir mais de 800 investigações em curso. Algumas delas envolvendo policiais. Rosas garantiu que serão aplicadas sanções disciplinares e até expulsões.
As manifestações no Chile surgiram inicialmente em protesto contra um aumento do preço dos bilhetes de metrô em Santiago, decisão que seria suspensa e posteriormente anulada pelo Governo liderado pelo Presidente chileno. Apesar do recuo das autoridades, as manifestações e os confrontos prosseguiram devido à degradação das condições sociais, à crise econômica intensa e às desigualdades no país.
Desde o início dos protestos 24 pessoas morreram e mais de 3,4 mil ficaram feridas. Além disso, mais de 28 mil pessoas foram detidas, a maioria libertada logo depois.