Por EM
Minas Gerais vai estabelecer regras para cidades que queiram flexibilizar o isolamento social e reabrirem lojas em meio à pandemia do novo coronavírus. O isolamento é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das medidas mais eficazes no combate ao avanço da COVID-19, que já matou 11 pessoas no território mineiro, infectou outras 559 e colocou 49.652 sob suspeita. Em grande parte do estado, somente os serviços considerados essenciais, como farmácias, bancos e supermercados, estavam em pleno funcionamento.
As normas para reabertura do comércio vão desde o tamanho do município ao número de casos suspeitos. “Nós vamos estar criando aqui um critério, aonde nós vamos dar um conforto maior para os prefeitos. Porque muitos não fizeram isso por receio, e muitos fizeram indevidamente. Então, queremos criar critérios, de acordo com porte da cidade, número de leitos, número de casos, para que o prefeito tenha uma melhor orientação”, disse o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), nessa terça-feira, durante uma transmissão ao vivo da BTG Pactual digital.
O governo de Minas estuda a reabertura gradativa do comércio desde 27 de março, depois de pressão do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que é contrário ao isolamento social. Zema reiterou, porém, que a decisão deverá partir individualmente de cada um dos 853 prefeitos mineiros que acharem a medida necessária.
“Essa decisão vai ficar a cargo dele (prefeito), que está lá presenciando a realidade. O governo nosso, simplesmente, vai dar as diretrizes”, completou. Nesta quarta-feira, uma reunião pode definir as normas para que alguns municípios reativem o comércio integralmente. Apesar disso, pelo menos nas redes sociais, o governo segue com a campanha para as pessoas seguirem isoladas.
Zema também disse que 150 municípios do estado já tinham liberado o comércio até essa terça-feira, cada um à sua maneira. “Mais de 150 prefeitos, na data de ontem (terça-feira), já liberaram o comércio por iniciativa própria. Porque eles entenderam que uma cidade sem caso, ou com uma propagação muito lenta, não justificaria essas medidas”, afirmou.
A flexibilização do isolamento já começou a refletir politicamente no estado. No último domingo, Antônio Silva (PTB) renunciou ao cargo de prefeito de Varginha, município do Sul do estado, após repercussão negativa da reabertura do comércio na cidade. O então chefe do Executivo municipal sofria pressão de empresários e voltou atrás no mesmo dia, antes de renunciar.