Por EM
O general Santos Cruz, da reserva do Exército Brasileiro, e ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, afirmou, nesta segunda-feira (20), que o Exército é uma instituição de estado e "não participa de disputas de rotina".
Ele também pediu equilíbrio e defendeu o que chamou de "disputas civilizadas." As declarações ocorrem um dia após o presidente Jair Bolsonaro participar de um ato, em Brasília, que pedia o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
"O Exército é instituição do estado. Não participa das disputas de rotina. Democracia se faz com disputas civilizadas, equilíbrio de Poderes e aperfeiçoamento das instituições. O EB (@exercitooficial) tem prestígio porque é exemplar, honrado e um dos pilares da democracia", escreveu Santos Cruz no Twitter.
Embora tenha sido demitido do governo, Santos Cruz conta com grande prestígio nas Forças Armadas. Ele comandou missões da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti e no Congo, onde chegou a liderar missões armadas contra grupos terroristas.
O ato de Bolsonaro, de participar de uma manifestação com objetivos radicais incomodou o meio militar por ter ocorrido em um local simbólico, no Quartel General do Exército (QGEx), no Setor Militar Urbano.
É de lá que partem determinações e orientações para organizações militares do Exército em todo o país. No local também ocorrem reuniões do Estado-Maior do Exército. A visita do presidente não foi avisada com antecedência e militares que estavam escalados no dia tiveram que sair as pressas de seus postos para garantir a segurança do presidente, em meio a multidão.
Mesmo sendo uma via pública, a Avenida Duque de Caxias, que passa em frente ao Quartel General, é de responsabilidade do Exército, que faz seu policiamento, não da Polícia Militar ou outros órgãos de segurança. A presença obrigatória dos soldados, que acabaram aparecendo nas imagens, gerou preocupações de militares de alta patente nos bastidores. O presidente chegou a subir em uma viatura para discursar aos presentes.