Por Itasat
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), criticou a mudança de foco provocada pelo governo federal nesta sexta-feira em meio à pandemia do novo coronavírus. No dia em que o Brasil registrou mais 357 mortes pela covid-19, os principais assuntos em âmbito nacional foram o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em que o juiz federal fez várias acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, e o pronunciamento do presidente no fim da tarde rebatendo o ex-ministro.
Kalil usou o Twitter para alfinetar a tensão política que conseguiu abafar o noticiário sobre o novo coronavírus. “Este é o país da piada pronta: mil mortes em dois dias, mas o assunto é política em Brasília”, disparou o prefeito de BH.
A quantidade de mortes no Brasil nesta sexta-feira é a segunda maior desde o início da pandemia. O recorde foi registrado na quinta (23), quando 407 pessoas faleceram. Nas últimas 48 horas, foram 764 óbitos. No total, são 3.670 vítimas fatais da doença no país. Em relação aos infectados, são mais de 50 mil.
A crise política em Brasília começou pela manhã, em uma entrevista coletiva de Sergio Moro. O juiz anunciou que estava pedindo demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo federal, após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo. Além disso, Moro fez diversas acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, entre elas de que o presidente queria interferir na PF.
No fim da tarde, Bolsonaro fez um pronunciamento para rebater Moro e declarou que o então ministro da Justiça e Segurança Pública condicionou a exoneração de Valeixo a uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro.
O presidente foi além negou que tenha pedido para Moro brindá-lo na PF ou proteger alguém da sua família, mas deixou claro que apelou para o chefe da pasta agir no órgão para investigar alguns casos, como o atentado da facada na campanha eleitoral e o porteiro que citou Bolsonaro no assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.