Por Itasat
As dívidas na Fifa por contratações de jogadores não pagas a diversos clubes são as maiores preocupações neste momento no Cruzeiro. No entanto, outro problema financeiro pode tirar o sono do próximo mandatário celeste, de acordo com o candidato à presidência da Raposa, Sérgio Santos Rodrigues: as ações trabalhistas dos funcionários demitidos no início deste ano pelo Núcleo Dirigente Transitório para enxugar a folha salarial.
Na visão de Sérgio Rodrigues, em entrevista, os mais de 100 funcionários demitidos em janeiro deste ano poderão causar mais prejuízos ao clube no médio prazo. Em dados divulgados no começo de abril, no balanço dos 100 dias de trabalho do Núcleo Gestor à frente do Cruzeiro, houve uma economia de mais de R$ 25 milhões por ano com a demissão de 110 funcionários e prestadores de serviço.
Muitos funcionários mandados embora do clube trabalhavam na área administrativa. Mas também havia diversos membros da comissão técnica fixa do clube, como o preparador de goleiros Robertinho. Semanas após a rescisão, o profissional acionou o Cruzeiro na Justiça pedindo mais de R$ 5 milhões por salários atrasados, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), férias, multa rescisória e pagamento de premiações.
“As maiores preocupações que a gente tem são as dívidas da Fifa, já que boa parte vence no dia 31 de maio. E têm a (preocupação) de médio prazo, que infelizmente são as questões trabalhistas. Sempre venho alertando quando se fala que houve uma redução drástica na folha do Cruzeiro. Sem dúvida é uma coisa muito importante, reduziu muito esse fluxo agora, mas não houve economia em relação à isso, porque essas demissões ensejaram ações trabalhistas ou um passivo trabalhista de questões que não foram ajuizadas. Mas o débito desse acerto existe. Então, no longo prazo, alguma hora, tal qual essas dívidas na Fifa que estouraram agora e são antigas, essas trabalhistas, dessas demissões, uma hora virá. Esse é o nosso problema de médio prazo que a gente tem que começar também a buscar uma solução”, afirmou Sérgio Rodrigues.
Pela declaração do candidato à presidência celeste, o clube ainda não conseguiu fazer o acerto de boa parte dos demitidos, ou de todos eles. Em matéria publicada pelo portal Superesportes no dia 16 de janeiro, o Cruzeiro informou aos funcionários que foram à sede administrativa para assinar a rescisão de que não havia dinheiro para quitar as verbas rescisórias, que incluem salário proporcional aos dias trabalhados até a demissão, horas extras, adicional noturno, férias vencidas com adicional de 1/3, férias proporcionais com adicional de 1/3, 13º salário proporcional, FGTS da rescisão e multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Assim, eles teriam acesso somente ao valor do FGTS que já foi depositado. Mas, em alguns casos, haveria atraso até no depósito das quantias mensais.