Maia diz que é hora de tratar de coronavírus e não de CPI e impeachment

Por O Tempo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que é hora de discutir o combate ao coronavírus e que eventuais pedidos de impeachment precisam ser analisados com paciência, em outro momento. Segundo ele, o Brasil deveria continuar discutindo medidas para reduzir o contágio e proteger a atividade econômica em vez de dar gás à briga política que tomou conta do país desde que a quinta-feira, com a saída do ministro da Justiça Sergio Moro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

"Todos nós devemos refletir sobre qual o nosso papel e o que nós devemos priorizar nesse momento. É claro que o ex-ministro da Saúde (Henrique Mandetta) e o ex-ministro da Justiça (Sergio Moro) são homens públicos que têm muita credibilidade na sociedade, (suas saídas) geram muita pressão na sociedade, muitas críticas ao governo, mas acho que todos esses processos, como o processo de impeachment que você colocou, como a possibilidade de CPIs, elas precisam ser pensadas e refletidas com muito cuidado. Acredito que o papel da Câmara dos Deputados nesse momento, nos próximos dias, é que a gente volte a debater - que desde aquela quinta-feira nós nao debatemos mais - de forma específica, a questão do enfrentamento ao coronavírus. Nós estamos tratando de conflitos políticos, de conflitos da política nas redes sociais, agressões de um lado muito forte, mas não podemos tirar da pauta do Parlamento, da relação do Parlamento com o Executivo e com a sociedade, os projetos e a projeções que nós temos hoje em relação ao enfrentamento do coronavírus. Acho que isso deve ser a nossa prioridade", afirmou o presidente da Câmara, ao ser indagado sobre o aumento do número de pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Maia ainda afirmou que uma crise de ordem política prejudicaria ainda mais o país neste momento.

"Uma crise política vai acelerar ainda mais essas incertezas e esses indicadores que eu citei. Ela impacta fortemente a confiança dos atores econômicos, daqueles que financiam a dívida brasileira. Então, nosso papel é ter paciência, ter equlíbrio. Eu acho legítimo a sociedade, os parlamentares, parte deles, tentarem discutir CPI e outro instrumentos, mas a Câmara deve, sob a minha presidência, respeitando a posição de outros parlamentares, nós devemos ter essa paciência, esse equilíbrio, para tratar do mais importante que é a vida, o emprego e a renda dos brasileiros", completou Maia.