Por Itasat
Uma comissão de conselheiros e sócios será formada nos próximos dias para analisar propostas de alterações no Estatuto do Cruzeiro, feitas pelo departamento jurídico do clube e entregue nessa quarta-feira (6), ao Núcleo Dirigente Transitório.
As principais sugestões estão relacionadas à gestão, à transparência e à punição de dirigentes que cometerem irregularidades. Como 2020 é um ano eleitoral na Raposa, foram apresentadas apenas ideias relacionadas à área administrativa.
Segundo o Cruzeiro, o projeto começou a ser discutido em janeiro com um grupo formado por advogados e profissionais de várias áreas do clube. A comissão que será formada por conselheiros e sócios avaliará o documento e poderá sugerir adequações. Em seguida, as ideias serão votadas em assembleia-geral do Conselho Deliberativo, assim que possível.
O presidente celeste, José Dalai Rocha, disse que o projeto é motivo de orgulho para quem quer ver o clube alinhado às melhores práticas administrativas. “O documento é o resultado de um profundo estudo feito por um grupo de excelentes colaboradores. Aceitamos com prazer e todo interesse as sugestões e críticas. É uma grande conquista de todos”, ressaltou.
O superintendente jurídico do clube, Kris Brettas, explicou que a expectativa era colocar as sugestões em votação até o fim de maio, o que será impossível devido à pandemia de covid-19. “Mas estamos felizes, pois o projeto já está em fase final e é algo muito importante para o Cruzeiro.”
Algumas das sugestões para o estatuto:
- criação de um programa de cargos e salários, em que a remuneração dos colaboradores deverá seguir os parâmetros praticados no mercado, não podendo superar o teto do funcionalismo público federal;
- no caso de salários de atletas, comissão técnica e de outras contratações que ultrapassem mil salários mínimos (o equivalente a R$ 1.045.000), os casos deverão ser apresentados e aprovados pelo Conselho de Administração;
- exigência de formação superior em administração, ciências contábeis, direito, economia ou engenharia para integrar o Conselho Fiscal;
- regras mais rígidas para a punição de dirigentes que descumprirem o estatuto;
- regras mais claras para demonstrações contábeis, seguindo padrões de transparência e regras do Profut;
- obrigatoriedade de contratação anual de auditoria independente, com registro na Comissão de Valores Mobiliários;
- responsabilização de dirigentes na gestão dos orçamentos anuais. O limite de gastos é até 5% acima do valor previsto no ano;
- inclusão do Conselho de Notáveis, que prestará auxílio consultivo, e do Conselho de Administração, que terá envolvimento direto na gestão do clube. Ambos terão a participação de conselheiros independentes.
As mudanças são sugeridas em meio à maior crise vivida pelo clube, após denúncias de supostas irregularidades cometidas pela gestão anterior, de Wagner Pires de Sá, que também teve como pivôs o então vice-presidente de futebol, Itair Machado, e o ex-diretor-geral, Sérgio Nonato.