Por Itasat
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou na tarde desta segunda-feira que a capital mineira terá 13 barreiras sanitárias a partir da próxima semana. Além disso, ele falou em “trancar a cidade”, caso a desobediência e a flexibilização continuem, e informou que a cidade está virando um grande “importador” de doentes.
Ações da Prefeitura
De acordo com Kalil, Belo Horizonte tem, hoje, 214 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 524 enfermarias e, caso precise, mais 688 leitos e 1.516 enfermarias para serem ativadas. A cidade tem ainda 17 ambulâncias exclusivas para atender pacientes da covid-19. Mais de dois milhões de máscaras foram entregues para a Guarda Municipal e para a BHTrans para serem distribuídas a partir desta segunda-feira. Segundo o prefeito, foi um investimento de R$ 70 milhões por mês. Foram entregues mais de 6 mil kits de higiene pela cidade e disponibilizadas 620 mil cestas para serem distribuídas na rede municipal de ensino, vilas, favelas e ocupações, com custo total de R$ 33,3 milhões.
Barreiras sanitárias
Kalil afirmou que a partir da próxima semana será determinado pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia da covid-19 em Belo Horizonte a imposição de 13 barreiras sanitárias. “Isso quer dizer que para entrar na cidade de BH, em colaboração com a BHTrans, a Polícia Militar de Minas e a Secretaria Municipal de Saúde, os ônibus e carros serão parados nas entradas para verificação sanitária”. O prefeito lembrou que a fiscalização da secretaria de Políticas Urbanas de Belo Horizonte estará de volta às ruas com força total para impedir o retorno desordenado de camelôs.
Trânsferência de responsabilidade
“Outro dia falaram que nós estávamos transferindo responsabilidade. Estamos mesmo”. Kalil afirmou que a prefeitura só conseguirá garantir o relaxamento das medidas e a reabertura no dia 25 de maio com o apoio da população que, segundo ele, é responsável junto ao poder público.
“O poder público faz o que pode, não amarra ninguém na cama ou dentro de casa ou em frente à televisão, ou cuidado de seus filhos, ou cuidando de suas mães ou de seus pais. Então, nós podemos ser a primeira cidade do país a sair desse embrulho ou podemos mudar a data do dia 25 de maio. Se continuar a flexibilização, a desorganização, a desobediência, nós vamos mudar a data”, disse.
"Importador de doentes"
Kalil disse que Belo Horizonte está virando um grande importador de doentes. Segundo ele, a cidade recebeu cinco pacientes do Pará, um do Rio de Janeiro, um do Espírito Santo e dois de São Paulo. Ele criticou a mineradora Vale ao citar que a maioria dos pacientes vem de Carajás, no Pará, local de grande exploração de minério no Brasil. “A Secretaria de Saúde já está entrando em contato com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) porque parece que a Vale do Rio Doce resolveu realmente que Minas é o cemitério e preferido dela”.