Por Itasat
Sem receitas, o Cruzeiro tenta colocar a mão em um dinheiro que está retido na Justiça para pagar o salário atrasado dos jogadores do mês de abril. O valor de mais de R$ 6 milhões é referente à parte da venda do meia Arrascaeta ao Flamengo, em janeiro de ano passado, que foi penhorado devido ao fato de o clube não ter repassado à Receita Federal o Imposto de Renda recolhido. O advogado João Paulo Fanucchi defende a Raposa no processo.
Em documento, o clube celeste entrou com uma petição na 27ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária de Minas Gerais. O clube conseguiu que a Justiça impedisse, nesta segunda-feira, que a Fazenda Nacional recebesse a quantia e ainda solicitou que o valor fosse desbloqueado a seu favor.
Por enquanto, o dinheiro segue depositado em juízo. Para isso, o Cruzeiro precisará apresentar à Justiça Federal um seguro garantia e não atrasar mais as parcelas para não perder o direito ao valor.
Trata-se de espécie de seguro no qual a seguradora garante o pagamento dos valores que o segurado deveria depositar em juízo durante o trâmite de processos judiciais.
No processo movido pela Fazenda Nacional no ano passado, em que o órgão julga que o Cruzeiro deve R$ 17,1 milhões em impostos, o clube conseguiu que a quantia não fosse passada imediatamente à Receita Federal. A segunda parcela da venda de Arrascaeta (R$ 10,6 milhões) foi integralmente bloqueada pela Justiça, assim como parte da terceira (R$ 8 milhões). Os valores estão depositados em juízo. Se a Raposa apresentar o seguro garantia, a Justiça entende que é possível destravar os mais de R$ 6 milhões para pagar os salários atrasados de jogadores e funcionários.
Além disso, o Cruzeiro alega que precisa quitar parcela do Profut (dívidas com a União), água, luz e convênio médico. No total, o clube estima mais de R$ 5 milhões a serem pagos, até o momento. Mas, caso o valor seja liberado, a quantia só poderá ser usada para pagar os salários atrasados.
Além dos salários atrasados, o Cruzeiro precisará levantar verba para quitar, até a próxima sexta-feira (29), uma dívida de aproximadamente R$ 10 milhões na Fifa com o FC Zorya, da Ucrânia, pela compra do atacante Willian 'Bigode', em 2014. Caso o clube celeste não efetue o pagamento, será punido novamente com a perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. Na semana passada, a Raposa já sofreu a punição da entidade por não pagar R$ 5 milhões pelo empréstimo do volante Denílson junto ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos.
Sede administrativa como garantia recusada
Na ação, o Cruzeiro chegou a oferecer como garantia a sede administrativa do Barro Preto, localizada na rua Timbiras. O imóvel, segundo o documento, está avaliado em R$ 48 milhões. No entanto, a Justiça negou o pedido por constatar que o prédio está com a certidão de matrícula (dados do imóvel) desatualizada. Desta forma, foi solicitada ao clube a apresentação de um seguro garantia.