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Crise no Cruzeiro

Vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata explica motivos de ainda não ter renunciado

Ele informou ter desistido de participar alegando que não conseguiria dividir as atenções com as atribuições profissionais

20/12/2019 15h14Atualizado há 6 anos
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O 2º vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata, divulgou uma nota na tarde desta sexta-feira em que explicou os motivos de ainda não ter deixado o cargo. Ele afirmou que o documento entregue a ele não foi uma carta de renúncia, mas uma via da ata de uma reunião que será realizada neste sábado (21), sem as assinatura do presidente, Wagner Pires de Sá, e do vice-presidente Executivo, Hermínio Lemos.

O dirigente também argumentou que fere o estatuto celeste a forma como seria criado o Conselho de Notáveis, que passaria a gerir o clube até a eleição de uma nova diretoria.

Ele ressaltou ser “o maior interessado na solução célere, visando o atendimento aos interesses do Cruzeiro Esporte Clube” e “deixa claro que estas atitudes, em nenhum momento, visam apego ao cargo, tampouco, tornar um entrave à reestruturação da Instituição.” Granata justificou que o “o objetivo é seguir inteiramente as previsões do Estatuto Social, bem como, evitar eventual responsabilização civil por atos passados e futuros.”

Conselho de Notáveis

Após Granata renunciar, abre-se caminho para a formação de um Conselho de Notáveis, que contará com Pedro Lourenço (Supermercados BH), Emílio Brandi (Nova Safra), Saulo Tomaz Fróes (Lokamig), Alexandre de Souza Faria (Multiseg), Carlos Ferreira Rocha (Frigorífico Uberaba), Jarbas dos Reis, que já integrava o conselho formado em outubro, em que tinha Zezé Perrela como gestor do futebol, e Walter Cardinalli, que esteve à frente da sindicância instaurada no clube recentemente para investigar as contas das últimas diretorias. 

Inicialmente, Pietro Sportelli, presidente da Aethra, estaria no Conselho de Notáveis. Mas, ele informou ter desistido de participar alegando que não conseguiria dividir as atenções com as atribuições profissionais. Outro nome que não poderá ajudar presencialmente, mas irá colaborar auxiliando o grupo com sua influência no mercado é Aquiles Diniz, fundador do Banco Intermedium, atual Banco Inter.

Pressão

As renúncias atendem à pressão da torcida e da oposição, que exigiam a saída dos membros da diretoria para dar lugar a um novo grupo que colaboraria na reconstrução do clube. Nesta semana, torcedores do Cruzeiro fizeram dois protestos seguidos (terça e quarta-feira): um na sede administrativa no Barro Preto e outro em frente ao prédio onde mora Wagner Pires de Sá. Na primeira manifestação, os cruzeirenses saíram da porta da sede e seguiram para a casa de Ronaldo Granata.

Diante da imensa pressão, a saída de toda a diretoria foi a solução encontrada no Cruzeiro para tentar contornar a grave crise política e financeira no clube. Rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, a instituição está afundada em dívidas e com salários de funcionários e jogadores atrasados.

A crise se aprofundou na manhã desta quinta-feira, quando as cozinheiras da Toca da Raposa I, usada pelas categorias de base, entraram em greve por causa do atraso no pagamento dos salários. Por conta disso, os garotos ficaram sem ter o que comer no CT. Há relatos de que os funcionários não têm dinheiro sequer para pegar transporte coletivo para ir trabalhar. Em nota, o clube confirmou o débito e disse que "espera efetuar o pagamento de todos o mais breve possível".