Por Itasat
Entregadores de aplicativos delivery realizam greve nesta quarta-feira em todo país. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, seguro acidente e ganhos condizentes com o exercício. Em Belo Horizonte, um ato, às 9h, será realizado na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)
Os trabalhadores que paralisam trabalham para empresas como iFood, Uber Eats, Rappi, Loggi e James. De acordo com eles, há falta de visibilidade para categoria e as condições de trabalho pioraram durante a pandemia de coronavírus. Além do risco de infecção, os trabalhadores relatam aumento de cadastrados, o que saturou, ainda mais, o setor.
"Nós estamos buscando apenas melhorias para o aplicativo. Eu sou pai de família. Saio de casa, às vezes, dez da manhã e volto dez da noite e não ganho dois dias de serviço. É complicado", desabafa Samuel Alexandrino.
André Santos, de 33 anos, também diz trabalhar dobrado para manter o sustento. "Estamos passando muita dificuldade. Não temos local para comer, tempo para comer, não tem banheiro, não temos nada. Os aplicativos falam que a ajudam a gente, mas não ajudam em nada".
André diz que entende o contrato de prestação de serviço, sem ter a carteira assinada, mas avalia que algum tipo de suporte deveria ser dado. "A gente está correndo perigo para deixar o lanche quentinho para o pessoal em casa. Somos prestadores de serviço, não temos vínculo, a gente não tem carteira assinada, tudo bem, mas poderíamos ter algum tipo de ajuda".
Para Analias de Araújo, de 29 anos, "está difícil de levar o pão de cada dia para casa". Ele também cita reclamação de clientes que desejam entrega na porta do apartamento, por exemplo, em época que as recomendações são de distanciamento e é aconselhado que as entregas sejam feitas nas portarias dos condomínios. "Estamos trabalhando, arriscando a própria vida para chegar comida na casa dos clientes e eles ainda acham ruim".
Gomes Dias, de 34 anos, que há um ano e meio trabalha com entregas, desabafa: "O que mais deixa indignado é o reconhecimento que não tem. Todo mundo em casa e nós somos invisíveis para a sociedade".