Por Itasat
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), cancelou a reunião que teria nesta quarta-feira com comerciantes para responder sobre a proposta de escalonamento para retomar a flexibilização do comércio na capital mineira. “Eu não tenho o que dizer a eles. Os números não nos permitem nada diferente do que está acontecendo hoje”, disse.
A fala foi durante um ato que diversas entidades, associações e sindicatos organizaram nesta terça-feira, na sede da prefeitura, para apoiar a postura de Kalil, que não respondeu a perguntas de jornalistas.
Aparentando estar bastante abatido, Kalil voltou a dizer que está ao lado da ciência. “Nós tomamos um rumo, nós acreditamos que a Terra é redonda, então o nosso rumo é o rumo da ciência. A única contribuição do prefeito é a coragem”. Kalil disse que continuará a ajudar, primeiro, a população carente que, segundo ele, é muito mais sofrida do que os próprios comerciantes.
Kalil agradeceu a todos pelo apoio e disse saber o que está fazendo. “Eu sei a pressão, o tamanho que ela é, mas ir para o caminho da morte, da insensatez, da estupidez, da ignorância não fazem parte do meu perfil. Nós aqui hoje presentes somos uma maioria silenciosa e vamos ignorar a toda minoria barulhenta porque barulho levou esse país ao patamar que nós estamos hoje”, afirmou.
Segundo o secretário-geral do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Bruno Pedralva, um dos organizadores do manifesto de apoio à prefeitura, a flexibilização do comércio e o consequente aumento da circulação de pessoas em BH e Região Metropolitana provocaram mais mortes e mais casos da covid-19. “Então a gente está aqui para deixar claro que temos que respeitar, sim, os critérios do Comitê de Enfrentamento, fazer o isolamento social e inclusive o lockdown, se for necessário”, disse.