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Coronavírus

Covid-19: Estudo nacional mostra que número de infectados em BH é menor na comparação com outras capitais

O estudo, chamado Epicovid19-BR, acompanhou a evolução da doença em três fases, com testes aplicados em maio e junho

15/07/2020 08h21
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Por Itasat

Enquanto o governo de Minas fala em pico dos casos e mortes de coronavírus no estado, e já cogita até um platô, ou seja, o estacionamento dos números de forma que a tendência agora seja de queda mais adiante, dados sobre contágio da covid-19 entre os mineiros mostram uma realidade diferente.

A pesquisa mais recente feita pela Universidade Federal de Pelotas em parceria com o Ibope, financiada pelo Ministério da Saúde, mostrou que a situação de cidades mineiras e da capital no que se refere ao contágio do coronavírus é muito distinta de outras cidades do país onde a prevalência do vírus na população é bem maior. Ou seja, em Minas, o coronavírus ainda está circulando bem menos do que em outras partes do Brasil.

O estudo, chamado Epicovid19-BR, acompanhou a evolução da doença em três fases, com testes aplicados em maio e junho. Os resultados mostram que em Belo Horizonte menos de 1% da população tem anticorpos para covid-19, seja porque está com a doença no momento do teste ou porque já pegou antes. O nível de prevalência na capital é, inclusive, menor do que em Teófilo Otoni, que tem uma taxa de 2,3% da população com anticorpos da covid-19, e é a cidade mineira com o número mais alto de prevalência.

O estudo ainda mostra que, nas duas primeiras fases do estudo, em apenas quatro dos 13 municípios mineiros analisados havia pessoas com o vírus. Isso mostra que até o fim da primeira semana de junho a maior parte das cidades tinha prevalência muito baixa ou inexistente do coronavírus na população. Cenário que passou a mudar no fim de junho, quando foi realizada a terceira fase do estudo.

Quando a situação de BH é comparada com a de outras capitais, o percentual da população na de BH com o vírus é bem menor do que em outras partes do país. Enquanto Belo Horizonte tem 0,9% da população com anticorpos para covid-19, esse número chega a 22,6% em Boa Vista, capital de Roraima, que tem a maior taxa de prevalência entre as capitais do Brasil. 

Os números no Nordeste são bem maiores que o de BH: Fortaleza tem 20% e Maceió 16%. No Sudeste, a capital mineira está em uma situação bem distinta que São Paulo, por exemplo, com índice de 1,4%, mas já esteve com 3,3%, o que mostra uma queda da primeira fase para a terceira, ou seja, de maio para o fim de junho. Já no Rio de Janeiro, a prevalência na população aumentou passando de 2,4% para os atuais 10,3%.

Segundo os dados do estudo, a prevalência do coronavírus na população de BH está no mesmo nível que Brasília e Cuiabá, que têm a mesma taxa, de 0,9%. Com menor taxa que essa em todo o país, estão apenas cinco outras capitais brasileiras, sendo a maior parte do Sul do Brasil.

A conclusão do estudo mostra que as diferenças por regiões e por cidades são marcantes, trazendo desafios distintos no combate à pandemia que não atinge a todos por igual ao mesmo tempo.

EPICOVID19-BR

O EPICOVID19-BR é um estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas, com financiamento do Ministério da Saúde. O estudo contou também com apoio do Instituto Serrapilheira, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), da Pastoral da Criança, e contou com doação do programa da JBS Fazer o Bem Faz Bem.

A coleta de dados foi de responsabilidade do IBOPE Inteligência. A primeira fase foi realizada entre os dias 14 e 21 de maio, totalizando 25.025 entrevistas e testes. A segunda fase realizou-se entre os dias 04 e 07 de junho, tendo sido conduzidas 31.165 entrevistas e testes. A terceira fase ocorreu entre os dias 21 e 24 de junho, totalizando 33.207 entrevistas e testes.

Confira: