Por Itasat
O secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, disse, em entrevista nesta terça-feira, que a criação de novos leitos de UTI não garante a reabertura do comércio. Machado informou ainda que foram abertos 313 leitos de UTI desde março e que criação de novos dependente da evolução da doença.
"Nós não abrimos leitos para eles ficarem ociosos. Não estamos com 100% de ocupação de leitos de UTI. Então, não há porque a gente sair abrindo leitos desvairadamente. Não é isso que impede a abertura do comércio. O que impede a reabertura do comércio é disparada no número de casos”, disse.
Conforme boletim epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte dessa segunda-feira (27), a capital tem 458 óbitos em decorrência da covid-19 e 18.197 casos confirmados de coronavírus.
"Quanto maior a flexibilização, quanto maior a circulação de pessoas maior o número de casos que vão acontecer. Esse é um raciocínio óbvio. Então, falar que o número de leitos é que impede a flexibilização é distorcer um raciocínio, é falta de conhecimento de epidemiologia da doença".
Machado disse que as regras rígidas de Belo Horizonte salvaram mais de 3,5 mil vidas até agora e reforçou que ‘não existe CPNJ se não houver um CPF por trás.Poupar a vida é mais importante’.
O secretário também garante que falta mão de obra qualificada para operar um leito de UTI, que necessita de profissionais como médicos e enfermeiros intensivistas.
"O que precisa mesmo é pessoa. Respiradores o governador (Romeu Zema) se sensibilizou que a população de Belo Horizonte também merecia os mesmos cuidados e passou a repassar respiradores para Belo Horizonte.Há falta de pessoal,sim”.
Procurado, o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Fernando Mendonça, nega a falta de profissionais. Segundo ele, o que faltou foi planejamento. O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia, Anderson Coelho, também contesta a declaração do secretário. Os fisioterapeutas são os responsáveis por operar o respirador mecânico.
Reuniões
Na véspera de anunciar se vai aceitar ou não o calendário de reabertura do comércio não essencial, proposto pelos empresários da cidade, o prefeito Alexandre Kalil (PSD), se reúne nesta terça-feira com a equipe de médicos do Comitê de Enfrentamento à covid-19 na capital.
Nesta quarta-feira (29), Kalil tem outra reunião com os comerciantes, antes de anunciar qual decisão tomou sobre a reabertura do comércio. Os encontros ocorrem no momento em que a taxa de ocupação de leitos públicos de UTI para pacientes com coronavírus voltou a subir na cidade, passando para 92%, o maior índice desde o início da pandemia.
Apenas 32 leitos deste tipo estão disponíveis na rede pública de saúde de BH. E, segundo a prefeitura, o número de leitos destinados para pessoas com síndrome respiratória aumentou 300% na cidade durante a pandemia.