Por Itasat
Incerteza, angústia, dívidas e preocupações são palavras que passaram a fazer parte do dia a dia de donos de bares e restaurantes de Belo Horizonte, fechados desde março em razão da pandemia do novo coronavírus. Trata-se da pior crise da história do setor.
Se por um lado comerciantes estão animados com a reabertura iniciada nessa quinta-feira (6), empresários de bares e restaurantes se sentem deixados de lado pela prefeitura da capital. Viviana Ferreira Volponi, sócia do Chico Dedê, no bairro Anchieta, zona Sul da capital, fala em incoerência.
"É angustiante. Essa questão de abre, não abre. Abre o comércio, não abre bares e restaurante fica completamente incoerente. A gente está fechado, porque o delivery estava dando mais prejuízo do que receita. Todos (estamos) na expectativa de abrir. A gente achou (a reabertura só do comércio) mais uma vez injusto”, lamentou.
Proprietário do Paulista Grill, no Carmo Sion, Marcelo de Lima Rodrigues afirma que o setor está preparado reabrir com segurança. “Tenho preocupação não só com os meus clientes, mas com os meus funcionários e com a minha família. Então não existe isso de querer abrir a qualquer momento e de qualquer forma. Esta é a nossa preocupação e indagação. Agora, por que não podemos abrir?”, questiona o empresário, que sugere liberação com 30%, 40% da capacidade. Ele diz que precisou fechar uma filial e demitir oito funcionários.
Leonardo Duarte, proprietário do restaurante do Porto, também reforça que a situação chegou ao limite. “Não existe trancar uma cidade durante quatro meses. Não existe nenhum comerciante, nenhum restaurante que aguenta quatro meses sem fluxo. Infelizmente, vai ser uma quebradeira muito grande. Nós já estamos faturando 60%,80%, às vezes 100% menos do faturamento. E tem gente que está fechado. Como esse cara vai retomar depois de quatro meses? A conta não fecha”, disse.
Belo Horizonte tem 22.676 pacientes infectados e 621 mortes por covid-19.