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Moradores de Brumadinho protestam contra obra de reparação da Vale e pedem mais diálogo

Segundo eles, a obra de captação da água do Rio Paraopeba vem trazendo transtornos para a população

21/10/2020 12h34
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Por Itasat

Moradores de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, manifestaram em frente a obra de captação da água do Rio Paraopeba, da Vale, na manhã desta quarta-feira (21), em protesto contra a mineradora.  

Segundo eles, a obra vem impactando diretamente na vida de quem mora nos bairros São Judas, Dom Bosco, Pinheiros, Sol Nascente, Grajaú, José Henrique e Soares.

Eles reclamam da grande quantidade de poeira e de barulho na região, além do trânsito de máquinas pesadas e da obstrução de acesso ao transporte coletivo.

Entretanto, de acordo com os moradores, a Vale não os reconhece como sendo afetados pela obra. Com isso, a mineradora deixa de pagar os valores integrais referentes ao auxílio emergencial.

Entre as reivindicações dos moradores estão o esclarecimento dos critérios utilizados para reconhecimento como atingidos pela obra de captação de água do rio Paraopeba e o pagamento integral do auxílio emergencial, além da prorrogação do prazo do pagamento emergencial e da compensação financeira justa aos donos de terrenos nas adjacências da obra, "por todo o transtorno e depreciação dos imóveis".

O que diz a Vale

Em nota, a Vale informou que respeita a livre manifestação, desde que observado o direito de ir e vir e a propriedade, repudiando qualquer manifestação que viole tais direitos e que realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos, visando uma reparação célere e respeitosa. 

Sobre o pagamento emergencial, a Vale afirmou que o repasse de até um salário mínimo é concedido, em acordo judicial homologado em fevereiro de 2019, a mais de 106 mil moradores de Brumadinho e regiões localizadas até 1 km do leito do rio Paraopeba até a cidade de Pompéu, prorrogado até este mês de outubro.

Sobre a segunda renovação, a Vale disse ainda que analisou a proposta apresentada pelo Ministério Público Estadual e Defensoria Pública de Minas Gerais e apresentou a sua própria proposta, que entende mais adequada aos critérios que devem nortear o pagamento emergencial. 

Por fim, a mineradora diz que continua atuando na reparação de todos os danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, e entende que a indenização dos danos individuais aos atingidos é a medida mais adequada para tanto.