Por Itasat
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que a vacina contra a covid-19 não seja obrigatória. Mais cedo, em suas redes sociais, Bolsonaro compartilhou uma notícia com fala da vice-diretora da OMS, Mariângela Simão. Em entrevista à CNN Brasil, a representante disse que a obrigatoriedade da vacina deve ser decidida em cada país e que não se recomenda medidas autoritárias.
"Ontem a OMS se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina e disse que é contra medidas autoritárias. Quer dizer que a OMS se manifestou depois que eu já havia me manifestado. Dessa vez, eu acho que estão se informando corretamente, talvez me ouvindo até. Então, nós temos certeza que não voltarão atrás nessa decisão", disse em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
O presidente destacou, sem citar o nome do governador João Doria (PSDB-SP), que medidas compulsórias fazem parte de "nanicos projetos de ditadores como esses caras de São Paulo". Na sequência, Bolsonaro ressaltou que sugerir uma imunização obrigatória é uma "irresponsabilidade" e que nenhum chefe de Estado se manifestou nesta linha até o momento.
"Realmente impor medidas autoritárias é só para esses nanicos projetos de ditadores como esse cara de São Paulo aí. Eu não ouvi nenhum chefe de Estado do mundo dizendo que iria impor a vacina quando ela tivesse. Isso é uma precipitação, é mais uma maneira de levar terror junto à população", disse.
Segundo Bolsonaro, as indicações de João Doria sobre a vacinação obrigatória no Estado causam "pânico" na população. "É um direito de cada um tomar ou não. É uma irresponsabilidade do governador porque não existe uma vacina eficaz", acrescentou. O presidente diverge abertamente de Doria e é favorável a uma imunização opcional da população.
Na quarta-feira, o chefe do Executivo mandou cancelar protocolo de intenções assinado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o mandatário justificou que há "descrédito" da população em relação à China e que existem outras opções de vacinas.