Por Itasat
A velocidade da transmissão da covid-19 em Belo Horizonte diminui, mas a taxa de ocupação em leitos de terapia intensiva segue uma tendência de aumento. Os dados divulgados no boletim epidemiológico da capital apontam o RT em 1,09 no nível amarelo.
O indicador mede a velocidade de transmissão do novo coronavírus e significa, estando em 1,09, que 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 109 pessoas, em uma tendência de alta. A taxa de ocupação de leitos está em 37%, ainda no nível verde.
O professor da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do Comitê de Enfrentamento a Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte Unaí Tupinambás diz que a situação preocupa.
“Esse aumento aqui em Belo Horizonte, especificamente, é muito preocupante porque pega a população já está um pouco cansada da pandemia, do isolamento, do distanciamento social. A adesão da massa pode começar a cair. O mais preocupante é que estamos em um momento de transmissão de outras doenças, como é o caso da dengue. Além disso, temos também outras doenças que estão dando muita pressão no sistema de saúde, como infarto, derrame e diabetes. O sistema está sobrecarregados com essas doenças e agora esse esse início de aumento da covid. Por enquanto, a pressão na assistência não está sentindo com muita intensidade”, explicou.
O infectologista garante que a prefeitura tem um plano de ação caso esses aumentos seja necessário. “Os técnicos do Comitê da prefeitura estão acompanhando esses números diariamente. Claro, se necessário, vão propor medidas para reduzir a transmissão aqui em Belo Horizonte”, afirma.
Para o professora da UFMG, a capital ainda não está na segunda onda da covid. “Essa é uma discussão interessante. Eu acho que não dá para caracterizar uma segunda onda tendo em vista que nós não saímos da primeira onda. O Brasil vem passando por uma dificuldade importante no combate à pandemia. A gente percebeu, durante mais de três meses, nós ficamos lá em cima com mais de 30 mil casos diários e mais de mil mortes diárias. Esses números começam a cair um pouco no final de agosto início de setembro, mas logo no final de setembro começa a subir novamente. Eu gosto de falar é uma continuação o recrudescimento da primeira onda. A gente não saiu da primeira onda ainda”, afirma.
Questionado se a eleição influenciou no aumento dos casos, o infectologista diz que ainda não é possível saber. “Não deu tempo de saber ainda. O processo eleitoral foi no dia 15 e esse impacto da eleição vai ser sentido no final da semana que vem”, esclarece.