Moradores de BH contabilizam prejuízos após chuva que causou caos em pontos da cidade

Por Itasat

Belo Horizonte amanhece nesta segunda-feira com rastros do caos provocado pela chuva que atingiu a cidade durante o fim de semana, especialmente no domingo (7). Córregos transbordaram, pessoas ficaram ilhadas, imóveis desabaram, barrancos deslizaram e o trânsito ficou completamente engarrafado por causa do fechamento das vias da cidade. 

A chuva deu uma trégua no começo da manhã desta segunda-feira, mas o alerta da Defesa Civil Municipal de risco geológico continua valendo.

No bairro São Gabriel, na região Nordeste da capital, a água invadiu o sacolão Estação ABC e o prejuízo foi total. "Aqui foi 100%. Tudo é mercadoria que vamos retirar e jogar fora, porque não tem como aproveitar. Tudo estragado. Situação aqui é caótica", disse Sandro, dono do estabelecimento.

"O negócio ficou feio. Não só para nós aqui, mas para os colegas da região também estão no prejuízo. Vamos ver. Bola pra frente. Além do coronavírus, essa pancada de ontem", disse o comerciante. De acordo com ele, foi a primeira que a água inundou o sacolão. "Os outros (alagamentos) ficaram mais para o lado de lá da Cristiano Machado, mas não chegaram a atingir a gente”. 

Também no bairro São Gabriel, três casas desabaram na rua Doutor Benedito Xavier. Os imóveis ficavam em cima de uma galeria, que se rompeu com a força da água. Ninguém se feriu, mas o prejuízo para as famílias foi total.

Carlos Pratos 

Já na rua Mário Casassanta, no bairro Carlos Prates, lado Noroeste da capital, um barranco de 10 metros deslizou nesse domingo (7), levou um muro de arrimo, deixou três casas penduradas e atingiu oito caminhões de uma transportadora que estavam estacionados na garagem abaixo terreno. O dono da empresa calcula prejuízo de R$ 1 milhão. Ninguém se feriu.

“Para mim isso é uma tragédia, porque a gente não espera isso e, infelizmente, um prejuízo desse não tem como repor. Nem todos os caminhões têm seguro e a gente sabe que seguradora não costuma pagar danos da natureza. Então meu amigo, é difícil. Recomeçar uma vida agora não é fácil”, lamentou Alexandre Antônio Ferreira, de 57 anos.  

Chuva

A chuva desse domingo (7), superou, em apenas 12 horas, o previsto para fevereiro. Segundo dados da Defesa Civil de Belo Horizonte, apenas na região Centro-Sul da capital mineira, foram 182 milímetros — a média climatológica para o mês é de 181,4. A segunda regional em que mais choveu é Venda Nova, com 174 milímetros.