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Cruzeiro: Mazzuco cita ‘engenharia’ para repactuar dívidas com atletas após permanência na Série B

O diretor de futebol falou sobre a situação financeira do clube, que havia 'empurrado' débitos com jogadores para 2021

10/02/2021 08h57
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Por Itasat

Além de retornar à divisão de elite do futebol nacional, o Cruzeiro terá um importante desafio para lidar em 2021: o pagamento de dívidas. Entre elas, o de débitos que já haviam sido repactuados para este ano com atletas que possuíam salários elevados — alguns permanecem no clube e precisaram se adequar ao teto salarial. Este foi um dos assuntos abordados pelo diretor de futebol André Mazzuco, em entrevista. 

“Um termo importante é engenharia. Eu acho que a partir do momento que você tem um problema e passa por um enfrentamento, como o Cruzeiro tem passado, mais importante do que dever, é a forma como você conduz isso. A gente está retomando esse processo, está fazendo uma aproximação mais intensa, tentando conversar, promover acordos, repactuação. A gente não tem outra saída”, destacou.

De acordo com o diretor de futebol, o Cruzeiro “tem por objetivo trazer todas as soluções possíveis”, contudo, ele pondera que não será “do dia para a noite”. “A gente também tem um desafio grande que é a situação do clube como calendário esportivo”, ressalta.

Mazzuco lembra que a permanência na Série B dificulta a situação financeira. “Você tem uma diminuição de receitas, uma desvalorização do ativo”, diz. “O Cruzeiro vai poder dar passos mais lagos no processo quando voltar para Série A”, completa.

Uma das soluções para o clube é a redução da folha salarial. "A gente vem trabalhando, buscando esses ajustes. Já tivemos algumas saídas. Tudo vai ser analisado. É um trabalho paralelo: ao mesmo tempo que você tem que reforçar o elenco e preenchê-lo, já tivemos algumas saídas importantes. Nossa ideia é conduzir de forma que a agente consiga atender dentro da nossa capacidade financeira."

Repactuação

Contando com o acesso à Série A em 2021, o Cruzeiro “empurrou” para este ano o pagamento de grande parte do salário de alguns jogadores do elenco que recebiam acima do teto de R$ 150 mil estabelecido em janeiro de 2020 pelo Conselho Gestor. Pelo acordo com os atletas, o restante dos vencimentos seria pago de forma parcelada a partir de abril.

São os casos do goleiro Fábio, dos zagueiros Léo e Manoel, dos volantes Henrique e Ariel Cabral (emprestado ao Goiás até o fim de fevereiro e com contrato com a Raposa até dezembro de 2021) e do atacante Sassá.

Além da repactuação, o Cruzeiro enfrenta problemas com salários atrasados de jogadores. 

Há ainda um caso específico: o do atacante Rafael Sóbis, que estava no elenco de 2019 e deixou clube. Depois, entrou com processo contra o Cruzeiro e ganhou o direito de receber R$ 3,2 milhões. Semanas após a sentença, o jogador fez acordo para retornar à Toca e a dívida ser paga ao longo do contrato que termina em dezembro deste ano.

Outra situação é a do zagueiro Dedé, que passou o ano inteiro lesionado, mas também fez a repactuação em janeiro. No entanto, o jogador acionou o clube na Justiça no começo pedindo a rescisão indireta do contrato – o que foi negado – e mais de R$ 35 milhões, entre salários atrasados, FGTS, 13º e danos morais. Haverá uma audiência entre as partes ainda sem data definida.