Coperlidere
RR MÍDIA 3
Ásia

Papa Francisco volta a fazer apelo pela paz em Myanmar após mortes em protestos

País vive uma onda de protestos diários pró-democracia desde o golpe de Estado ocorrido em e fevereiro

17/03/2021 11h06
Por:

Por Itasat

O papa Francisco voltou a fazer um apelo pela paz em Myanmar, que vive uma onda de protestos diários pró-democracia desde o golpe de Estado ocorrido em 1º de fevereiro, e ressaltou que lamenta pela morte de tantos jovens nas manifestações.

Durante a audiência geral dessa quarta-feira (17), o líder católico lembrou das freiras da ordem de São Francisco Savério e do bispo emérito de Myitkyna, Francis Daw Tang, que têm ido às ruas para proteger os jovens manifestantes e se ajoelham perante os policiais.

   "Mais uma vez, e com muita tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação de Myanmar, onde tantas pessoas, sobretudo jovens, estão perdendo a vida por oferecerem esperança. Também eu me ajoelho nas ruas de Myanmar e digo 'chega de violência'. Também eu estendo meu braço e digo 'que prevaleça o diálogo'. O sangue não resolve nada: que o diálogo prevaleça", disse ao fim da tradicional cerimônia.

Segundo dados revelados nesta quarta-feira pela Associação para Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP), uma ONG que luta pelos direitos humanos e tem base na Tailândia, foram 202 as pessoas mortas nos atos pró-democracia pelas forças de segurança desde o dia 1º de fevereiro.

A maioria das vítimas são os jovens que vão às ruas diariamente para pedir a retomada democrática e a libertação dos líderes políticos Aung San Suu Kyi, conselheira de Estado e líder "de facto", e de Win Myint, presidente do país.

Ambos estão em prisão domiciliar desde o dia do golpe militar, que teve como desculpa uma suposta "fraude eleitoral" no pleito de 8 de dezembro. No entanto, desde que foram presos, os dois foram acusados de diversos crimes que nada tem a ver com a disputa nas urnas.

O partido de Suu Kyi, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), teve mais de 70% dos votos e os eleitos tomariam posse, justamente, no dia do golpe.