Por Itasat
Atlético e Cruzeiro completam 100 anos do primeiro clássico entre as equipes neste sábado (17). Dentro e fora de campo, os arquirrivais construíram e carregam legados. Entre eles, duas figuras são marcantes: “Galo Doido” e “Raposão”, que correm no gramado nas partidas e agitam as torcidas.
Foram décadas até o atual conceito, mas a origem é de um mesmo ano (1945) e de uma mesma mente: o chargista Fernando Pieruccetti, o “Mangabeira”, que à época trabalhava para o jornal “A Folha de Minas”.
Galo
Galo e Atlético são sinônimos, como “trem” e “coisa” para os mineiros. Significam tudo e, ao mesmo tempo, podem significar a mesma “coisa”. A alcunha ficou tão famosa que virou maneira íntima de tratar o clube. Fala-se Galo, ganha-se moral com a torcida. Diga-se Atlético, é meio-termo. Atlético Mineiro é descrédito certo.
E a história do Galo começou ainda nos anos 1930. Um galo, preto e branco, dominava as rinhas de Belo Horizonte. “Imbatível nos combates, assim como o Atlético”, diz o perfil oficial do clube. A fama popular, no entanto, veio anos mais tarde.
Em 1945, Mangabeira deu vida, em desenho, ao mascote. “O Atlético sempre foi um time de raça. Mais parece um galo de briga, que nunca se entrega”, disse o chargista à época.
A propagação do grito: “GALÔ”, entoada no quebrar de copos em lares mineiros, tem ainda como pilar o jogador Zé Monte. Ele defendeu as cores alvinegras nos anos 1950 e sempre entrava em campo com um galo. Hoje, o “Galo Doido” agita os torcedores antes dos jogos e participa de diversas ações de marketing do clube.
Raposa
O ano é 1945. Enquanto Madureira - assumidamente americano, mas imparcial no trabalho - pensava no representante do Cruzeiro, lá surge a Raposa, animal reconhecido por astúcia e rapidez.
As mesmas qualidades eram atribuídas ao então presidente celeste, Mário Grosso, lembrado pela esperteza nas negociações de jogadores. Inclusive com a contratação de atletas pretendidos pelo arquirrival Atlético.
De quebra, as piadas entre os torcedores ganham um ingrediente a mais, já que a raposa é predadora de galináceos na natureza.
Desde 2003, ano da Tríplice Coroa celeste - com a conquista do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão - o Cruzeiro passou a ter o Raposão antes das partidas para animar os torcedores.