Após passar por Chile e Argentina, a fumaça dos incêndios na Austrália chegou ao Rio Grande do Sul no início da tarde desta terça-feira, conforme a MetSul Meteorologia. A nuvem de fumaça percorreu mais de 12 mil km até ser vista na América do Sul. Em Santana do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai, o céu ficou mais acinzentado, em função da fumaça suspensa na atmosfera. A maior concentração pode ser observada na região oeste do estado.
No Chile, o Serviço Meteorológico de Santiago havia informado que a nuvem tinha espessura de 6 km e deixou o sol com tons de vermelho. A meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, garante que a fumaça não oferece risco à saúde.
"O vento que está transportando esta fumaça é um fenômeno natural. É uma corrente de vento em torno de 10 mil metros de altitude. O que está acontecendo na Austrália é um desastre de grandes proporções, que forma nuvens semelhantes às formadas por erupções vulcânicas. É possível até que esta fumaça dê a volta ao mundo", disse.
Na Austrália, os incêndios se espalham principalmente pela floresta tropical seca, mas neste verão estão muito mais intensos e extensos por causa das mudanças climáticas. Conforme a prévia de relatório da Organização Meteorológica Mundial do início de dezembro, o país passa por uma seca desde 2017, que se intensificou no ano passado. Em média, de janeiro a outubro de 2019 foi o período mais seco desde 1902, e a situação se agravou nos meses seguintes.
Segundo análises da Nasa, desde o início do ano, com a seca severa, ondas de calor acima de 50ºC e ventos fortes, as chamas se intensificaram. Ao menos metade da população de coalas que não sofrem doenças fatais e são essenciais para o futuro da espécie morreu no país após os incêndios devastaram a Ilha Canguru, uma espécie de santuário para os animais.