Por Itasat
Além de destinar R$ 3 bilhões a 250 deputados e 35 senadores para garantir apoio no comando da Câmara e do Senado, o presidente Jair Bolsonaro expandiu e turbinou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão que vai aplicar cerca de um terço desses recursos por imposição dos políticos que a controlam. As informações foram divulgadas com exclusividade pelo Jornal o Estado de São Paulo nesta segunda-feira. A polêmica está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais nesta manhã.
A Codevasf foi criada no período da ditadura para desenvolver as margens do Velho Chico e tem a história marcada por corrupção e fisiologismo. Conforme o Estadão, conseguiu neste ano orçamento recorde de R$ 2,73 bilhões, composto principalmente por emendas.
Em campanha pela reeleição, 'incluiu na área de atuação da empresa mil novos municípios, muitos deles localizados a mais de 1.500 quilômetros das águas do São Francisco.
Bolsonaro determinou que Codevasf também atendesse agora ao Amapá, reduto do senador Davi Alcolumbre (DEM); Rio Grande do Norte, base do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido), e Paraíba, do deputado Wellington Roberto, líder do PL na Câmara.
Conforme o jornal, o orçamento secreto atropela a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Na liberação sigilosa de R$ 3 bilhões para serviços de obras e compras de tratores e máquinas agrícolas indicados por um grupo escolhido a dedo de deputados e senadores, no final ano passado, o governo atropelou ao menos três exigências da legislação.
A Codevasf informou ao Estadão que as “nomeações atendem as disposições legais e os normativos internos”. O Palácio do Planalto não se manifestou.