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CPI da Covid

Presidente da CPI, Omar Aziz manda polícia do Senado prender Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde

Roberto Dias assumiu que esteve em um restaurante com Dominguetti, mas nega ter falado em propina

08/07/2021 09h16
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Por Itasat

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, mandou a polícia do Senado prender o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. Áudios do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominguetti, colocam em xeque a versão do ex-diretor de que o encontro com o atravessador da Davati foi acidental.

"Ele vai ser recolhido agora pela polícia do Senado. Ele está mentindo desde a manhã, dei chance para ele o tempo todo. Pedi por favor, várias vezes. Os áudios do são claros", disse Omar Aziz.

Aziz pediu para que o sistema de som da sala reproduzisse áudios que, segundo ele, confirmavam a participação de Dias na compra de vacinas sob suspeita de corrupção. Os áudios foram publicados no site da CNN Brasil e, segundo a emissora, contestam a versão de que o encontro entre Dias e o policial Luiz Paulo Dominghetti foi acidental.

A advogada do ex-diretor protestou e afirmou que a prisão seria uma ilegalidade, e que ele estaria colaborando com a CPI desde a manhã desta quarta-feira, 7. Ela afirmou que o depoente não vai responder mais às perguntas

Encontro entre o ex-diretor e Dominguetti

Roberto Dias assumiu que esteve em um restaurante com Dominguetti, no dia 25 de fevereiro, em Brasília. No entanto, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde disse que estava jantando e tomando um chopp com um amigo e que foi abordado por Dominguetti para falar sobre a compra de vacinas, e que, portanto, não foi um encontro agendado, mas por acaso.

Durante o depoimento, Roberto Dias também negou ter pedido vantagens a Dominghetti, que o acusou de pedir propina em negociações para compra da vacina AstraZeneca. Dominghetti atuou como representante da Davati Medical Supply e, em depoimento à CPI da Covid, na semana passada, ele confirmou ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose na compra de 400 milhões de doses da vacina.

Roberto Ferreira Dias afirmou que não teve participação na negociação do contrato de compra da vacina indiana Covaxin. O servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, também em depoimento ao colegiado, citou seu nome como um dos responsáveis pela "pressão" para que o negócio fosse agilizado.

Senadores pedem reavaliação

Senadores da CPI da Covid pediram que o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), reconsiderasse o pedido de prisão contra Roberto Dias por isonomia com outros depoentes que, segundo eles, também mentiram e tiveram negados os pedidos de prisão. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) argumentou que a comissão "não colocou um general na cadeia", em uma referência ao ex-ministro Eduardo Pazuello, que segundo ele também teriam mentido.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um apelo no mesmo sentido. A senador Simone Tebet (MDB-MS) sugeriu uma acareação imediata para determinar se Dias mentiu ou não à comissão.

O governista Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o pedido de prisão é ilegal e que a sessão já deveria estar suspensa devido à abertura da Ordem do Dia no plenário do Senado, quando as comissões devem ser suspensas. "Decisão ilegal não se cumpre", disse Rogério.

Diante dos apelos de outros senadores para que reavalie o pedido de prisão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) manteve a decisão, reiterou que o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias está preso, e encerrou a sessão.

"Tenho sido desrespeitado aqui na presidência da CPI ouvindo historinhas", reclamou Aziz. "Não aceito que a CPI vire chacota. Ele está sendo preso por mentir, por perjúrio, e se eu estiver cometendo abuso de autoridade, que a advogada dele ou qualquer outro senador me processe", completou o presidente da CPI.