Por Itasat
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 em Belo Horizonte e também em Minas Gerais, surge uma dúvida em muita gente: será que é permitido comemorar a aplicação da vacina, algo que foi difícil e demorado, com uma cerveja bem gelada ou um drink?
A reportagem foi as ruas para conversar com as pessoas que já foram imunizadas. Carlos Alberto Costa, de 60 anos, contou que não esperou muito para tomar aquela cervejinha após a vacina. “Eu tomei a cervejinha para comemorar todos os dias. Fiquei com dor de cabeça e dor no braço, não podia trabalhar, então tomava cerveja. Eu não sabia se era ressaca ou se era a vacina. Não esperei nada, tomei três horas depois. Graças a Deus não morri não” afirmou.
Já a doméstica Gislene, de 41 anos, disse que não havia pesquisado se poderia ou não tomar uma bebida após receber o imunizante. “Estou saindo daqui sem saber de nada. Posso tomar outro dia para poder comemorar, mas vou esperar [uns dias] porque eu não sei se vou ter alguma reação. Gostaria de saber se depois de tomar a vacina da Covid a gente pode tomar uma cervejinha, pelo menos um copinho” contou.
Procurada a então a Medica Infectologista, Adriana Cunha, para responder a duvida da Gislene e de muita gente que já tomou a vacina ou ainda vai se imunizar. “A grande diferença do consumo de bebida quando a gente toma a vacina para algum tipo de remédio, é que alguns antibióticos ou anti-inflamatórios eles são metabolizados no fígado e o álcool também é. Muitas vezes a ingestão de bebida com o medicamento ela pode aumentar ou diminuir o efeito da medicação” explicou.
“A vacinação ela não passa pelo fígado, então não existe esse problema da vacinação com a bebida alcoólica a não ser pela possibilidade de confundir o efeito da bebida, uma ressaca, com o efeito colateral que a gente tem visto na vacinação que é dor de cabeça, mal-estar e náusea” afirmou a infectologista.
Mas a médica alerta que a ingestão de bebida deve ser moderada. “A recomendação da ingestão leve de até dois drinks para os homens e um drink para as mulheres, para não confundir a ressaca com o efeito colateral” recomendou.
“Não existe nenhum trabalho publicado que demonstre de forma inequívoca que o consumo de álcool tenha influencia na eficácia de vacinas. O que a gente precisa lembrar sempre é que o consumo excessivo ele é prejudicial à saúde de modo geral” contou a infectologista.