Por Itasat
Além da falta de dinheiro, o Cruzeiro tem outro inimigo no pagamento das duas dívidas que geraram transfer ban ao clube: a variação cambial. Os débitos pelas contratações do meia Arrascaeta e do atacante Riascos, realizadas em 2015, foram pagos parcialmente, o que geraram os processos contra a Raposa na Fifa. A segunda punição que proíbe a diretoria de contratar novos jogadores, em decorrência da não quitação do valor pela compra do avançado colombiano, foi confirmada pelo presidente celeste Sérgio Santos Rodrigues nessa quarta-feira (28), em entrevista ao SporTV.
Se não tivesse contestado as cobranças do Defensor-URU e Mazatlán-MEX, o clube celeste teria economizado, já que as dívidas com as duas equipes aumentaram R$ 4 milhões por causa das valorizações do euro e do dólar no período.
Vamos às contas. Em relação à Arrascaeta, o Cruzeiro foi punido com o transfer ban pela dívida de 1,151 milhão de euros (R$ 6,97 milhões na cotação atual) em aberto com o Defensor-URU.
Em 2015, o Cruzeiro contratou Arrascaeta por 4 milhões de euros (R$ 12 milhões). Metade foi pago imediatamente com ajuda do empresário Pedro Lourenço, do Supermercados BH. Os outros 2 milhões de euros foram parcelados, mas o clube celeste deixou de efetuar os pagamentos em abril de 2016.
Sem acordo com Cruzeiro, os uruguaios acionaram a Fifa em outubro de 2017. Naquela época, o euro valia cerca de R$ 3,80 (contra R$ 6,06 no fechamento da cotação da moeda nessa quarta-feira). Se não tivesse questionado o clube uruguaio e quitado a dívida naquele momento, a Raposa gastaria R$ 4.373.800,00, uma diferença de R$ 2,6 milhões a menos do valor da cobrança atual.
Riascos
Também no início de 2015, o Cruzeiro comprou Riascos junto ao Monarcas Morelia, do México, que atualmente se chama Mazatlán. Na época, a Raposa parcelou o pagamento em 11 vezes de R$ 442.500,00, mas não quitou boa parte do valor.
Agora, os mexicanos cobram do Cruzeiro US$ 1,145 milhão (R$ 5,86 milhões na cotação atual) pelas parcelas em aberto.
Se tivesse quitado a quantia sem atrasar, o Cruzeiro teria desembolsado R$ 4.867.500,00 ao fim de 2015, exatamente R$ 1 milhão a menos em relação ao valor cobrado atualmente pelos mexicanos na Fifa.
Mesmo que não tivesse pagado o valor em dia e fosse renegociar a dívida ao fim do período estipulado no contrato, o Cruzeiro gastaria menos.
Em dezembro de 2015, o dólar valia cerca de R$ 3,90 (contra R$ 5,12 avaliado nessa quarta-feira). Multiplicando a cotação da época pelo valor cobrado na Fifa pelo Mazatlán pelas parcelas não pagas, a dívida seria de R$ 4.465.500,00. Assim, o Cruzeiro viu a dívida por Riascos crescer quase R$ 1,4 milhão por conta da variação cambial.
Dívida por Arrascaeta
- 1,151 milhão de euros (R$ 6,97 milhões na cotação atual)
- Seriam R$ 4,37 milhões pela cotação do euro em outubro de 2017, quando Defensor acionou Cruzeiro na Fifa.
*Cruzeiro ainda tem que pagar 20 mil francos suíços (R$ 112 mil) por causa das custas processuais.
Débito por Riascos
- US$ 1,145 milhão (R$ 5,86 milhões na cotação atual)
- Seriam R$ 4.465.500,00 pela cotação do dólar em dezembro de 2015, quando o Mazatlán deveria ter recebido o valor de todas as parcelas.