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Ex-presidentes do TSE se unem em defesa da segurança da urna eletrônica

Enquanto isso o presidente Jair Bolsonaro fez mais uma acusação contra a Corte Eleitoral e defendeu “eleições limpas”

02/08/2021 13h33
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Por Itasat

Todos os ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde 1988, decidiram sair em defesa da urna eletrônica. Um documento, divulgado nesta segunda-feira, traz a assinatura de 18 autoridades, entre elas, os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Ayres Britto, Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence.

No documento, o TSE afirma que desde 1996, quando foi implementado o sistema de votação eletrônica no país, nunca houve episódio de fraude nas eleições. 

O TSE ressaltou também que ao longo dos 25 anos de existência a urna eletrônica passou por sucessivos processos de modernização e aprimoramento, contando com diversas camadas de segurança, e que as urnas são auditáveis em todas as etapas do processo, antes, durante e depois das eleições. 

Os ministros e ex-ministros do TSE afirmam no documento que o voto impresso não é um mecanismo adequado de auditoria a se somar aos já existentes por ser menos seguro do que o voto eletrônico em razão dos riscos decorrentes da manipulação humana e da quebra de sigilo.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro fez mais uma acusação contra a Corte Eleitoral. Bolsonaro defendeu o que chamou de “eleições limpas” no ano que vem e voltou a afirmar que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, realizará a contagem dos votos em uma suposta sala secreta. O discurso foi feito um dia após Bolsonaro ameaçar a realização das eleições do ano que vem. Neste domingo (1º), em uma chamada de vídeo com manifestantes que realizaram atos em algumas capitais do país em defesa do voto impresso auditável, Bolsonaro afirmou que o país só terá eleições no ano que vem se elas ocorrerem de forma limpa e democrática. 

Nesta segunda em entrevista à rádio ABC do Rio Grande do Sul Bolsonaro criticou o atual sistema eleitoral e voltou a defender a contagem pública dos votos. “A gente não pode perder e reclamar depois. Suponha que seja mantido o atual sistema que está aí. Você concorra e perca, com vários indícios de fraudes, como tivemos em 2018 entre outras eleições, no final da linha quem vai julgar o meu recurso? O Supremo Tribunal Federal. Preciso te responder alguma coisa?”

Relação com Mourão 

Ainda em seu discurso, Bolsonaro voltou atrás e disse que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não atrapalha o governo. O presidente não descartou a possibilidade de contar com Mourão em sua chapa na disputa pela reeleição no ano que vem. “De vem em quando ele [Mourão] fala alguma coisa que vai contra as ideias do governo, mas faz parte da regra do jogo, não podemos ter um vice que se esconda de tudo. Ele dá sua opinião, às vezes atropela o governo, mas a gente vai convivendo aqui sem mais problemas.”