Por Itasat
Em meio ao avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil — com mais da metade da população adulta (81,2 milhões de brasileiros) vacinada com duas doses ou dose única — surgem questionamentos. Um dos principais é quando o uso da máscara deixará de ser obrigatório. Municípios e estados têm autonomia, concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para definirem sobre a questão.
Em âmbito nacional, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou abertamente sobre a possibilidade de retirada da obrigatoriedade em locais públicos ainda neste ano. Em Minas Geais, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, já afirmou trabalhar com projeção de que o item deixe de ser necessário, com otimismo, em novembro — quando o estado prevê ter, pelo menos, 70% da população completamente imunizada.
Apesar disso, a doutora Cecilia Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada de Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da Associação Médica Brasileira, afirma que ainda é momento de cautela. De acordo com ela, se continuarmos mantendo os cuidados necessários, podemos chegar ao fim desta crise sanitária no início do ano que vem.
"Não é possível, ainda, afirmar, com certeza, que será possível deixar de usar máscara até o final deste ano porque dependemos de algumas variáveis que não podemos controlar, como os índices de vacinação e as variações do vírus. Estamos bastante otimistas para o início do ano que vem. Com cobertura vacinação extensa, a gente pode talvez prever o abandono de medidas", ressalta.
A tão sonhada vida sem a preocupação com a covid-19 pode ser, sim, uma realidade, mas isso depende de ampla vacinação, conforme a especialista.
"Acredito que a normalização ainda demora um pouco porque dependemos de vários fatores. Mas com mais da metade da população complementante imunizada, podemos ter esperança de controle da pandemia", completa.