Relator do Auxílio Brasil quer zerar fila de espera e pretende entregar relatório até semana que vem

Por Itasat

Relator do Auxílio Brasil (o novo Bolsa Família), o deputado mineiro Marcelo Aro (PP) pretende fechar o relatório até o fim da próxima semana para que seja votado em Plenário em meados do dia 19 de outubro. O parlamentar se reúne diariamente para que o texto seja fechado contemplando o máximo de melhorias no Auxílio – bem como para garantir que terá o apoio da maioria do parlamento, como esclarece em entrevista à rádio Itatiaia. 

“Como eu já disse outras vezes o Auxílio Brasil, a medida provisória do jeito que chegou na Câmara dos Deputados ela é uma carta de boa intenção, ela tem um contexto, ela tem uma mudança na filosofia desse programa de assistência social, mas deixa a desejar em algumas questões práticas do dia a dia. Então, o nosso trabalho está sendo aperfeiçoar este texto, melhorar este texto, contribuir com esse texto para que, se Deus quiser, a gente consiga aprovar essa medida provisória e de fato impactar na vida daquele que mais depende do Estado, aquele que está em situação de extrema pobreza e de pobreza”.

Confira na íntegra a entrevista: 

Quais são seus objetivos específicos em relação ao texto? Quais mudanças o senhor pretende fazer? 

“Acho que a primeira grande mudança que eu vou tentar inovar neste texto é a gente readequar a linha de extrema pobreza e pobreza no nosso país, que está sem ter uma recomposição desde 2018. Uma segunda mudança que eu quero fazer é terminar com a fila do Bolsa Família, isso é muito importante. Hoje, muitas pessoas estão na fila, pessoas que têm o direito de ter o benefício, mas ainda não conseguiram este benefício. Eu quero zerar a fila. Eu quero corrigir o valor do Auxílio Brasil anualmente pela inflação, porque se não o beneficiário vai perdendo o seu direito de compra, né? Outra contribuição é discutir os números, nós temos que aumentar hoje a renda média do Bolsa Família. Eu quero aumentar esse valor pra no mínimo R$ 300. E que a gente possa deixar claro pro cidadão que não vai ser só um programa social de amparo social, de proteção social, mas que este programa social vai causar na vida desse cidadão a transformação social, ele vai ter uma porta de saída, ele vai poder entrar no sistema, vai poder entrar no Auxílio, mas ele vai poder sair também do Auxílio depois de alguns anos quando ele descobrir outras possibilidades na vida. 

Deputado, quais são os prazos?

Como eu disse, são muitos os pontos, né? Eu citei alguns aqui, e são tantos outros… Vou dar um exemplo bobo. Hoje você limita a cinco beneficiários dentro de uma família, e eu quero aumentar, né? Para famílias que têm mais filhos… Enfim, tem muita coisa. Então, esses detalhes demandam tempo, porque eu preciso construir entendimentos majoritários no parlamento. Eu preciso ir em busca do texto possível e o texto que tenha a adesão da maioria do parlamento. Eu pretendo terminar esse texto até o final da semana que vem. Eu faço reuniões o dia inteiro com deputados, senadores e com ministros para construir esse entendimento. Acredito que até o final da semana que vem eu consigo entregar o texto para nós votarmos na semana do dia 19 de outubro. 

Tem muita coisa que eu gostaria de colocar, mas se eu vejo que não tenho adesão da maioria, eu não posso colocar porque eu não sou o único deputado a votar. Eu sou o relator, e eu preciso é convencer a maioria que o meu relatório é o melhor. 

Ele começará a valer em novembro como o governo planeja? 

Tem que começar. O maior interessado na rápida tramitação desse projeto é o governo. O Auxílio Emergencial termina em outubro, então em novembro e dezembro o ideal é que já estejamos com o Auxílio Brasil na rua, funcionando. Se não entrar em vigor esse ano, nós não podemos colocá-lo em prática no ano que vem, porque é ano eleitoral. Então ou começa a pagar agora em novembro e dezembro, ou acabou o Auxílio Brasil. E eu acredito que o maior interessado nesse projeto é o presidente da República Jair Messias Bolsonaro.