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Coperlidere
Fluvoxamina

Antidepressivo é eficaz contra a covid-19, diz estudo feito em Minas e publicado na 'The Lancet'

Pesquisa foi publicada em uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo

28/10/2021 09h06
Por:

Por Itasat

Um estudo internacional — realizado em 11 cidades mineiras — aponta que um medicamento antidepressivo pode reduzir a internação por Covid-19 em mais de 30%. A pesquisa foi publicada na revista científica The Lancet Global Healt, uma das revistas científicas mais antigas e prestigiadas do mundo.

O medicamento é a Fluvoxamina. Conforme aponta a pesquisa, a medicação teve resultados positivos para diminuir as inflamações no corpo provocadas pelo coronavírus, quando usada no início da infecção. Pesquisadores alertam que o remédio só é vendido com receita e reforçam que os resultados não devem ser usados como justificativa para automedicação.

A pesquisa avaliou o uso da Fluvoxamina em 741 pacientes mineiros com a doença em fase inicial. Outros 756 receberam placebo. Entre os que tomaram o medicamento, apenas 79 tiveram complicações com a covid-19.

O doutor e professor Gilmar dos Reis, que lidera o estudo, explica que a medicação está aprovada para uso no Brasil há mais de 20 anos. "Além desse efeito antidepressivo, ela possui outro mecanismo de ação que atua, em última análise, no processo inflamatório dentro das células", afirma. 

"Isso significa que os pacientes que utilizam a Fluvoxamina fazem inflamação menor dentro da célula. A covid-19 faz exatamente o contrário: invade a célula e desencadeia um inflamatório incontrolável", explica.

Conforme Gilmar, houve redução de 32% nas hospitalizações ou permanência prolongada em hospitais entre os pacientes que usaram a medicação. "O que é um feito, visto que há milhares de estudos, atualmente, e praticamente menos de cinco tem demonstrado medicamentos que podem realmente ter um potencial de benefício nesta fase da doença", comemora.

Após a publicação, as autoridades regulatórias podem avaliar os dados do estudo e se posicionarem pela utilização do medicamento. "Diante de um estudo como esse, muitos médicos talvez podem adotar essa conduta com seus pacientes", completa.