Por Itasat
Apesar de trilhar um caminho de sucesso no Campeonato Brasileiro, o Atlético, líder da competição mais importante do país e grande favorito ao título, ainda precisa superar desafios para dar a tão sonhada volta olímpica e quebrar o incômodo jejum de 49 anos. No mesmo ritmo do time comandado por Cuca, que se destaca pela entrega e resiliência, uma torcedora radicada nos Estados Unidos fez o que parecia impossível se tornar realidade.
Fora do país desde 2019, aproveitando a oportunidade de jogar futebol e gozar de uma bolsa de estudos, a belo-horizontina Giovanna Hespanha, de 24 anos, trabalhou 12 horas diárias, durante duas semanas, para ter dinheiro suficiente e voltar aos braços da família, podendo também acompanhar de perto este que pode ser o fim de um drama do clube de coração. Além disso, ela enxergou neste retorno a oportunidade de amenizar o quadro de depressão.
"Desde dezembro de 2020 eu não ficava perto da minha família. Pela condição financeira, eu conseguiria retornar ao Brasil só no ano que vem, principalmente pelo valor do dólar. Trabalho numa cafeteria, pois meus pais não podem me ajudar a bancar a vida nos Estados Unidos. Eu, inclusive, ajudo enviando dinheiro para eles", conta a estudante à Itatiaia.
"A minha família é muito atleticana. Coisa que eu não consigo explicar. Eu sempre assisti todos os jogos e fui com meu pai e minha irmã. Para mim foi muito difícil ficar longe. Eram e são os momentos mais importantes para mim, porque a família se diverte, junta. Entrei em depressão, mas o Atlético vem me ajudando muito neste quesito emocional", acrescenta.
Apaixonada pelo Galo e sempre ligada na rádio de Minas, Giovanna conta a reportagem que, sempre ao final dos jogos, conversa com o pai e, ao desligar, não contém as lágrimas.
"É um amor inexplicável. Até minha terapeuta me disse para ter um momento perto da minha família. Pedi para meu chefe me dar mais horas de trabalho para conseguir juntar dinheiro. Contei para minha mãe e alguns amigos, e combinamos esta surpresa. Eu não queria voltar outro dia; contra o Juventude, o Galo poderia ser campeão", comenta.
"Comprei minha passagem. Eu moro numa cidade muito pequena e, com isso, teria que ir para uma maior para conseguir o voo para Belo Horizonte. Estava saindo a 8 mil reais. Peguei seis voos a 700 dólares (cerca de R$ 4 mil). Minha mãe me buscou escondida no aeroporto e passei a tarde na casa de uma amiga. No dia do jogo, esperei os dois na esquina para surpreendê-los", relembra.
Ainda de acordo com Giovanna, mesmo com a viagem de quase 49 horas, ela faria tudo de novo. "A diferença psicológica já é enorme e é incrível o que o Atlético representa para mim", finaliza.