Por Itasat
Ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman foi condenado, nesta quinta-feira (25), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a 30 anos, 11 meses e oito dias de prisão, além de pagamento de 1.344 dias-multa, ao valor unitário de um salário mínimo, pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Além de Nuzman, o ex-governador Sérgio Cabral, e o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, também foram condenados. As acusações são referentes à compra de votos dos integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a eleição do Rio como cidade-sede da Olimpíada.
Sérgio Cabral foi condenado a dez anos e oito meses de prisão por corrupção passiva, enquanto Leonardo Gryner a 13 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e organização criminosa.
O ex-presidente do COB foi alvo da operação Unfair Play e poderá recorrer em liberdade. A defesa alega que o julgamento ocorreu sem provas concretas e acredita em uma reviravolta no caso.
Preso
Presidente do COB por 22 anos, Nuzman foi preso em casa, no Leblon, em 2017, após uma denúncia do Ministério Público Federal, que ligava o nome do mandatário à suposta fraude na eleição do Rio de Janeiro para sediar o Jogos Olímpicos de 2016, e ao empresário Arthur Soares, mais conhecido como "Rei Arthur". Após 15 dias, ele teve um pedido de habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e deixou o regime fechado para prisão domiciliar.
O MPF contou com a cooperação jurídica internacional de Antígua e Barbuda, Estados Unidos, Reino Unido e França. O Ministério Público Francês, inclusive, conseguiu provas de que houve compra de votos na escolha da sede da Olimpíada de 2016.