Por Itasat
A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, Rosana Melo, recomendou o cancelamento das festas do Carnaval 2022. Em audiência pública realizada na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, ela afirmou que a realização da folia seria precipitada já que, mesmo com o avanço da vacinação, o vírus continua sendo transmitida e as aglomerações não são recomendadas no cenário atual.
"É impossível não ficarmos aglomerados [no Carnaval] e nós sabemos que mesmo o indivíduo estando com seu esquema vacinal completo, até com dose de reforço, ele pode se contaminar", orienta.
A comissão recebeu representantes dos setores de saúde e turismo, que concordaram sobre os riscos da realização das festas no Carnaval do ano que vem. As autoridades alertam para o risco de agravamento do quadro da pandemia de covid-19, caso as cidades decidam realizar a folia.
O assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fernando Avedanho, afirmou que o princípio da precaução deve ser adotado, principalmente pela natureza dessa comemoração, que dificulta o cumprimento de medidas sanitárias de distanciamento social e uso de máscara.
“A gente sabe que o Carnaval é uma festa de congregação, de aproximação entre as pessoas”, lembrou.
A presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori, disse que a retomada das festas de casamento e formaturas, por exemplo, com rígido protocolo de controle sanitário, foi importante para a economia e não impactou negativamente na pandemia. Na opinião dela, no entanto, não há condições de se realizar eventos para milhões de pessoas sem onerar a saúde pública.
“Com todas as curvas positivas que temos acompanhado (contágios, casos graves, internações, mortes e o aumento da vacinação), seria o momento de retroagir em um processo que está claro em andamento? Ou seria o caso de se ter precaução com aquilo que não obedece aos protocolos?”, indagou.
Passaporte sanitário
Outro ponto levado em conta pelas autoridades foi a adoção de um passaporte sanitário para evitar a entrada, no país, de pessoas que venham do exterior sem que tenham tomado a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro (PL) se posicionaram contrários à medida, que foi recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), Bruno Wendling, declarou que, antes de qualquer discussão sobre a realização de eventos de grande porte, é preciso implementar o passaporte sanitário para que o turismo não seja a porta de entrada de novas variantes do coronavírus.