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Substituição

Governo convida Regina Duarte para substituir secretário Especial da Cultura demitido, diz jornal

Se aceitar, ela substituirá Rodrigo Alvim

18/01/2020 09h02
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A atriz Regina Duarte foi convidada nesta sexta-feira pelo governo federal para se tornar secretária Especial de Cultura, segundo a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. Conforme a publicação, a artista, que se posiciona como de direita, disse a interlocutores estar animada, mas ainda não ter decidido sobre o convite. Se aceitar, ela substituirá Rodrigo Alvim, demitido após dizer uma frase nazista em um vídeo do órgão divulgado nessa quinta (16).

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, a situação de Alvim no governo ficou “insustentável” após ele gravar um vídeo com discurso quase idêntico ao do ideólogo nazista Joseph Goebbels. A fala teve forte repercussão entre autoridades e na comunidade judaica.

“Comunico o deslizamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência”, escreveu o presidente. Bolsonaro reiterou, no texto, “o repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas”. “Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum”, declarou o presidente.

Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a "arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”. 

Veja os discursos:

Roberto Alvim

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.”

Joseph Goebbels

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."

O texto lido por Alvim em tom solene e pausado é bem mais longo, com outros trechos claramente inspirados pela ideia copiada de Goebbels. A peça de Wagner escolhida por secretário é um trecho da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, que Hitler disse sua autobiografia ter tido importância capital em sua vida.

Em sua longa fala, Alvim diz que a cultura sob Bolsonaro terá inspiração nacional, religiosa. "Trata-se de um marco histórico nas artes brasileiras", diz ele, sobre o prêmio. "2020 será o ano de uma virada histórica. 2020 será o ano do renascimento da arte e da cultura do Brasil", encerra.